quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Drummond

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente."

(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Como seria o mundo sem você?


Embora não seja muito conhecido aqui no Brasil, há um clássico hollywoodiano que é repetido à exaustão nos EUA nesta época de Natal. O nome do filme é "A felicidade não se compra" (1946) do grande diretor Frank Capra. Mesmo para os que não gostam de filmes tão velhinhos, eu dou a dica: vale a pena. Frank Capra dirigia para as massas; foi o diretor-símbolo de uma época muito triste e difícil para os americanos (a chamada Grande Depressão, pós crise de 1929). Suas estórias sempre trazem uma mensagem de otimismo e esperança, mesmo quando as coisas não estão tão bem. "A felicidade não se compra" ("It's a wonderful life)" é estrelado por James Stewart ( o Tom Hanks da época), um cara comum, que em nada lembrava os grandes galãs da era dourada. Ele é George Baileys, um pai de família que está enrolado com alguns problemas e pensa em suicidar-se no dia do Natal. Um anjo então é enviado a Terra para refletir junto com ele se esta é a melhor forma de resolver os problemas. Ele relembra com George vários momentos de sua vida e o estimula a pensar como seria a sua pequena cidade se ele nunca tivesse existido. George consegue perceber o quanto ele foi importante, sem se dar conta. É uma boa reflexão.

Aliás, você já pensou sobre isso? Como seria o mundo se você não tivesse nascido? Em tempos como os nossos, em que tudo se torna tão efêmero e esquecível, e que não temos sequer um momento para elaborar nossos lutos, é algo para se pensar...
* publicado originalmente no meu antigo blog (endereço ao lado)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Vida de tiete


E fui ver a Madonna. Sem ser fã, nem nada. Ingresso dado não se olha os dentes e lá fui eu. De volta ao Morumbi depois de alguns anos.

Quando começou a ameaçar chover, me lembrei de meu primeiro show naquele mesmo estádio. Menudo, em Março de 1985. Pirralha, nem quis saber de Rock in Rio em Janeiro, queria mesmo era ver o Robby e cia. Ver mesmo eu não vi nada, mas fã que é fã, só de respirar o ar do ídolo tem o dia mais feliz de sua vida. Para mim foi, na época. Morrendo de medo que o show fosse cancelado por conta da chuva e ainda mais com medo de ser pisoteada pelas milhares de adolescentes enlouquecidas. Gritei e chorei. "Robbyyyyyyyyyyy, eu te amo!!!" Pois é, todo mundo tem um passado trash e o meu é.

Engraçado assistir a um show sem envolvimento emocional. Foi assim para mim ontem. Baladinha boa com uma loira que sabe fazer espetáculo. Eu lá dançando e neguinho chorando e se arrebentando na beirada do palco gritando "I love you Madonna". Deu um tiquinho de saudades do meu lado tiete. Tiete se contenta com tão pouco e esse pouco traz uma felicidade transcendental. Não precisa de namorado, balada, nada. Tudo o que importa é o próximo cd, o próximo show, a próxima entrevista chegar. Tão simples a incompletude da vida se resolver desta forma, não?

domingo, 14 de dezembro de 2008

Bentinho e o Dick Vigarista


Diogo Mainardi, colunista da Veja, por vezes me parece um adolescente querendo aceitação através da polêmica. No entanto, não posso deixar de concordar com ele em sua coluna de hoje:


"A série Capitu tem um aspecto circense. É Machado de Assis encenado por Orlando Orfei. É Bentinho imitando Arrelia no picadeiro de Fausto Silva: "Como vai, como vai, vai, vai? Eu vou bem, muito bem, bem, bem". Luiz Fernando Carvalho usa uma linguagem grotesca, afetada, espalhafatosa, cheia de contorcionismos e de malabarismos. Machado de Assis é o oposto. No livro Dom Casmurro, o relato de Bentinho é espantosamente seco e desencantado. Ele narra sua história apenas para combater o tédio: sem drama, sem sentimentalismo, sem teatralidade. Quando Bentinho descobre que o filho bastardo de Capitu com Escobar morreu de febre tifóide, ele comenta simplesmente: ´Apesar de tudo, jantei bem e fui ao teatro`".


Taí o verdadeiro problema das adaptações para a telinha (ou telona) de obras máximas da literatura. É sempre uma leitura do diretor que pode ser boa, mas não era a sua. E a sua é sempre melhor. Assim com o Bentinho de Diogo Mainardi, o da minha imaginação, com certeza, não se assemelhava em nada com o Dick Vigarista.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Enquanto isso, no orkut...

Sorte do dia:

"A pessoa que lê sua sorte está de férias. Não sabemos o que dizer... Visite o perfil de alguém."

Medo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Vicky Cristina Barcelona

Um filme de Woody Allen que não parece filme de Woody Allen. Quer dizer, sei lá se Woody Allen ainda tem um estilo marcante. Afinal, "Match Point" também não parece filme dele. As musas escolhidas perpetuam por um certo tempo e a da vez, ao que parece, é Scarlett Johannson. Até Nova Iorque perdeu seu lugar cativo e já deu lugar a Londres e, agora, Barcelona.

Entre as mulheres do filme, com certeza você se identificará com uma delas, ou com uma das relações amorosas, segundo Contardo Calligaris. Vicky, Cristina, Maria Helena ou Judy, qual você é? É qual das relações você deseja para si? Cristina-Juan Antonio? Maria Helena e Juan Antonio? Cristina-Juan Antonio e Maria Helena? Vicky e Juan Antonio? Vicky e Doug? Para quem você se viu torcendo no final da história?

A louca Maria Helena de Penélope Cruz disse uma frase sábia e muito verdadeira. Disse ela, no que foi repetida por Juan: "a história de amor mais romântica é aquela que ficou inacabada". E não é ?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Augusto César e Marty McFly

Augusto César acreditava que Rosana, sua mulher, era uma santa. Esposa devotada, teria sido sequestrada por E.T.s e nunca devolvida. Nenhuma outra estava à altura dela para Augusto e ele ansiou por anos a sua volta. Ao saber que Rosana, na verdade, era uma esposa adúltera e que não havia sido abudzida coisa nenhuma, Augusto teve de encarar o fato que fora abandonado. O que fazer agora com a ficção que criou para explicar a própria dor? Quem era de fato, ele Augusto? Não era mais uma vítima dos E.Ts, nem sua mulher fora escolhida entre tantas para experiências inter-galácticas, dolorosa história que o mantinha como alguém especial. Agora, o que era além de um corno e lunático?

Na década de oitenta, um clássico brincou com a possibilidade da viagem no tempo. Em "De volta para o futuro"(1985), Marty McFly volta ao passado. Ao se encontrar com os pais e envolver-se amorosamente com sua mãe, ele colocou em risco sua própria vida, mas teve um final feliz.

Na vida real, sem máquinas do tempo, somos um pouco como Augusto César, personagem de "A favorita". Temos nossa leitura dos fatos que nunca correspondem à realidade, afinal não temos acesso ao real. Às vezes precisamos acreditar que fomos vítimas, quando, na verdade, fomos covardes. Precisamos acreditar que alguém nos deixou porque nosso amor era especial demais para ser vivido, e não porque ele, de fato, amava outra pessoa. Precisamos acreditar na santidade de nossa mãe, na crueldade ou heroísmo do pai, que fomos os filhos preferidos, ou que não, fomos os rejeitados, tal como muitos heróis sofridos de folhetim.

Às vezes, necessitamos de uma ficção pela vida inteira, ainda que seja totalmente fantasiosa, para nos manter psiquicamente vivos. Outras, reconstruindo nossa história com outro sentido (em uma psicanálise, talvez) podemos ter um futuro diferente. Talvez até melhor, como foi com Marty McFly, ao voltar de sua viagem às origens.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Só vou gostar de quem gosta de mim

"De hoje em diante eu vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante em que você partiu
Destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar, de esperar enfim
E pra começar, eu só vou gostar
De quem gosta de mim."

(Rossini Pinto, by Caetano Veloso)

sábado, 15 de novembro de 2008

O poder de um par de óculos

Costumo ser generosa com os rapazes, em nível de exigências. Minhas maiores paixões incluem gordos desalinhados, peludos a là Tony Ramos, calvos e míopes. Às vezes, tudo isso junto numa só pessoa. Penso que os esteticamente belos demais me entediam. Para mim, a beleza está na imperfeição.

Em relação aos rapazes de óculos, a coisa é mais séria. Desde pequena, míopes exercem em mim um fascínio quase inexplicável. Parece haver uma magia naqueles olhos que não enxergam bem. Seria por que os homens de óculos parecem inteligentes? Não sei. Um homem de óculos tem poder.

Tem poder até, penso eu, no que seria uma suposta fragilidade. Até mesmo o pior canalha parece mais frágil atrás de um par de óculos. Lembrem-se de Jude Law em "Closer"(2004). Canalha, mas míope. Este pequeno detalhe talvez o tenha deixado mais humano. Marcello Antony, em todo seu esplendor, usou do mesmo expediente na novela "Belíssima" (2005). André Santanna, seu personagem, tinha suas falhas de caráter, mas estava lá a pequena deficiência visual. Antony já fez garotos de praia, mas foi o rapaz de óculos seu personagem mais fascinante.

Se as meninas do Leblon não olhavam mais para Herbert Vianna no início da carreira, eu olhava. Adorava o Vianna "versão óculos" e eu era só uma criança. Também gostava do Ernesto Varella, personagem do grande Marcelo Tas, com seus óculos de aro vermelho. Já adolescente, eu ia para a balada como se estivesse no jogo "Onde está Wally?". Ah, e é claro, sempre preferi o Clark Kent ao Super Man. Um par de óculos, afinal, era perfeito para transformar uma pessoa em outra.

Talvez frágeis na minha própria ficção, os homens de óculos às vezes batem pesado. Apesar disso, ainda peço aos meninos míopes que revejam o uso das lentes de contato. Um par de óculos podem, sim, fazer a diferença, ainda que seja para mulheres como eu.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Nada a fazer...

"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho…o de mais nada fazer.”

(Clarice Lispector)

domingo, 9 de novembro de 2008

Você troca uma Cláudia Ohana por um Tom Cruise?

Quando eu era adolescente (no século passado, portanto), criei uma espécie de mercado negro na minha casa, para vender o que chamávamos de "revista de mulher pelada". Eu devia ter uns doze anos e uma coleção de revistas Playboy e Status velhas, "herança" do meu pai. É claro que ele não havia deixado as revistas para mim e minha mãe achava que elas tivessem ido para o lixo. Meu pai era um consumidor voraz de revistas e jornais (havia dezenas de Manchetes, Istoés, Vejas e centenas de gibis também), algo que, sim, eu herdei dele.

Pois bem, voltemos ao mercado negro. Eu, solidária aos hormônios efervescentes dos meus colegas púberes, propus vender as revistas ou simplesmente trocá-las por pôsteres do Tom Cruise ou do Menudo. Os meninos pediam os pôsteres para as mães (vejam só) e os trocavam comigo. O John Travolta já estava meio passadinho para mim, mas eu aceitava também (inclusive ganhei o encarte pôster do disco do BeeGees).
Eu, com um olhar extremamente técnico, verifiquei muitas das Playboys da época (Betty Faria, Cristiane Torloni, Suzana Vieira, etc). Queria ver o material para pedir mais ou menos fotos do Tom Cruise. Eis que me deparo com uma revista chocante, que me deu pesadelos (de verdade). Foi a Playboy da Cláudia Ohana, com uma capa meiga, mas um recheio de revista horripilante, com aqueles pêlos todos. Recentemente no Jô, Cláudia, que acabou de posar novamente para a Playboy declarou "Não sei porque tanto alarde a respeito das minhas fotos da época. Nos anos 80, ninguém se depilava e eram todas tão peludas quanto eu". Pois então, eu lhe respondo, Cláudia: como conhecedora técnica e comerciante das Playboys da época, não houve nenhuma como você. Nenhuma.

Alma velha

Você percebe que tem a alma velha quando o casal que mais lhe empolga na novela das oito é Copolla e Irene, os ex-namorados septuagenários. Simplesmente adoro Tarcísio e Glória.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Akinator é um gênio!

Um site para passar o tempo. Akinator é um gênio danado que adivinha pensamentos. É só você pensar em um personagem (fictício ou não) que ele descobre, fazendo perguntas. Passa lá e veja se consegue parar. É viciante.

www.akinator.com

domingo, 2 de novembro de 2008

Divas abandonadas...

"Com um gênio ruim desse, vai acabar ficando sozinha."

Quem nunca ouviu essa praga? Até eu, que sou um doce (cof, cof), em momentos de botar a boca no mundo, escutei essa.

Sei lá por quê, lembrei disso ao assistir um especial sobre Maria Callas, a grande diva da ópera, no GNT. Até hoje incomparável em seu talento como cantora, Callas era terrível. Charmosa, temperamental e inteligente, foi apaixonada pelo ogro e milionário Aristóteles Onassis. Ele teve um caso com ela por anos, mas casou-se com outra (Jackie Kennedy). O abandono foi mundialmente comentado. Já pensou receber um fora público desses? Pois é, Maria Callas, a diva, recebeu. E de um homem feio feito o cão. Será que foi o gênio ruim de Callas? Que nada, Onassis devia gostar de mulher geniosa porque Jackie Kennedy, a escolhida, também era insuportável. E também tinha levado um chifre público, olha só, quando John Kennedy envolveu-se com Marilyn Monroe. Essa, aliás, que tinha rosto de bebê e um corpo de enlouquecer, foi abandonada várias vezes. Inclusive por Kennedy.

Esta e outras histórias estão no livro "Divas Abandonadas", de Tetê Ribeiro. Caras colegas, até divas são abandonadas. Algumas geniosas, outras nem tanto, mas todas curtiram um pouco de solidão. E, com certeza, não foi só por conta do "gênio ruim". Foi porque dor de cotovelo e solidão fazem parte da vida de todas nós. Doces, ou nem tanto.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Em terra de cego...

quem tem olho, nem sempre é rei. Que o diga a personagem de Julianne Moore no denso "Blindness". Ver, quando ninguém vê, por vezes, é uma escravidão. Uma solidão sem fim.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A paixão nos tempos do cólera...


Para quem gosta de bons filmes dramáticos e é fã do grande Edward Norton, recomendo "O despertar de uma paixão", longa de 2006. Reconheço que drama não é um gênero fácil, mas a forma como a história, adaptada de um romance, é contada, emociona, verdadeiramente. Quem leu o livro, diz que Edward Norton, que foi um dos produtores, conseguiu fazer uma história ainda melhor.


O enredo trata da vida de dois jovens que se casam, mas que mal se conhecem. Um bacteriologista tímido e sem-graça Walter (Norton) apaixona-se pela exuberante e mimada Kitty (Watts). Ela não se encanta propriamente com ele, mas aceita o pedido de casamento, com o claro intuito de sair da casa da mãe.


Ela, casada, acaba traindo o marido com um homem que é o seu oposto: másculo, extrovertido, sedutor e com caráter duvidoso. O marido descobre e, amargo, quer vingar-se dela, levando-a para um lugar sem conforto e isolado na China, na época de uma grande epidemia de cólera.


O que virá da convivência destas duas pessoas feridas faz a magia do filme. Assim como Kitty, você passa a ver Walter de outra maneira. Como Walter, aos poucos você percebe que Kitty não é tão fútil assim. A paixão surge, então, de um casamento falido.


O casal não parece irreal, você sente que pode encontrá-los por aí, daí a emoção verdadeira que desperta. Isso deve-se muito ao talento dos dois atores, que estão magníficos. Vale, vale muito a pena a locação.

domingo, 19 de outubro de 2008

Confissões

Ontem, assistindo ao "Saia Justa", identifiquei-me com Mônica Waldvogel, as always. Adoro a Betty Lago, é quase um hábito adorar as mais "non sense", mas me identifico com as certinhas, fazer o quê. Mônica disse duas frases que cabem bem para mim:

- Engraçado, Madonna não me diz nada.
- Já tentei ser patricinha inúmeras vezes, mas algo me escapava, algo sempre fugia.

Sim, caros, eu já tive um passado militante, já fui cara-pintada, já votei no sapo barbudo quando ele era de esquerda, mas já desejei TAMBÉM ser patricinha.Não consegui, assim como não consigo ser loira, pois a alma é morena, seja lá o que isso quer dizer. E não iria a um show da Madonna.

PS: Quero ir ao show do REM, mas me falta companhia disposta. Michael Stipe, esse sim, é minha diva.

Pobres Meninas...

E antes que o ano chegasse ao fim, tivemos uma nova Isabela Nardoni, a pobre Eloá Pimentel. Triste o fim destas duas meninas, que morreram, como tantas outras, nas mãos daqueles que um dia lhes deram afeto. E, sinal desses nossos vergonhosos tempos: rodeadas pelos urubus da imprensa marrom.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Fotos


Amiga minha, chegada em descobrir novos horizontes, aventurou-se em candidatar-se para vereadora de sua cidade, alguns anos atrás. Popular que era, caprichou no santinho, pintou o carro com o número de sua candidatura e investiu firme. Não ganhou a eleição, apesar da votação expressiva, mas ganhou um namorado, que apaixonou-se por ela através da foto do santinho. Não ficaram muito tempo juntos, mas a história rende até hoje.


Lembrei dela ao ler a história pitoresca, para dizer o mínimo, de Beto Barbosa, que, segundo matéria de Rosana Hermman, entrou em depressão e começou a frequentar um cemitério. No cemitério, apaixonou-se pela foto de uma moça que estava enterrada lá. Passou a velar o túmulo da moça, religiosamente. Conheceu a mãe dela, por quem ficou sabendo da história trágica da menina (ela havia se suicidado). Na aproximação com a família, conheceu a irmã da falecida, apaixonou-se e se casou com ela.


Ambas as histórias chegam a ser hilárias, apesar do romantismo implícito. Me deu vontade de assistir "Em algum lugar do passado" (1980), quando Christopher Reeve se apaixona por uma foto antiga. Para mim, o filme mais romântico do mundo. Lindo.


sábado, 20 de setembro de 2008

Francisco e Filho de Francisco

Ângelo Antônio, como "Arcides" em "Pantanal" (1990), está a cara do Zezé di Camargo, nos tempos de cabelinho Xororó.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Me mostre a tua verdade!

Assisti aos "melhores momentos" do Ídolos ontem, agora em versão Record. Eu gosto bastante do "American Idol" e eu acho que esta nova edição foi mais fiel ao formato. Achei o Rodrigo Faro bastante à vontade como apresentador, bem melhor que os histriônicos Lígia Mendes e Beto Marden do SBT. Para quem não se lembra, o Rodrigo apresentava um programa quando criança, se não me engano na Bandeirantes, ao lado de Ticiane Pinheiro, atual senhora Justus.
Voltando ao Ídolos: não desgostei dos jurados, mas senti a maior falta do Miranda ("tu é muito louco, véio") e do Arnaldo Saccomani, que continuaram no SBT.
Agora, tem uma coisa que todos os jurados falam sempre (os atuais e os pioneiros) e que eu não entendo. "Você precisa mostrar a tua verdade", "eu quero ver emoção e você não me emocionou", "Você cantou com a alma" e outras expressões beeem Lair Ribeiro.Troço mais subjetivo, esse. Eu vou lá saber o que é cantar com a alma? Neguinho morre de gritar, quase chora e o jurado diz que faltou emoção. Sinceramente, onde estão as dicas musicais?

domingo, 31 de agosto de 2008

Minha vida com Luciano Szafir

Li no "Te dou um dado?": o passeio a Ilha de Caras com Luciano Szafir não atingiu o lance mínimo de R$ 10.000, 00 no leilão beneficiente da Record. Parece que quem conseguiu o feito de passear com o Szafir foi um homem que pagou R$8000,00.
Tal fato me fez recordar de um sonho bizarro que tive uma vez, de que eu namorava o Luciano Szafir. Bizarro porque acho o Szafir tão sexy quanto o Eduardo Guedes, ou seja, sex appeal zero. Eles são bonitos, mas parecem que foram criados com vó, sabe?

Pois então, eu namorava o Szafir e tinha de fugir dos paparazzi que queriam saber quem era afinal, a sucessora de Xuxa no coração dele (olha a breguice!). Eu saía em todas as fotos com a mão na cara ou na câmera, uma coisa de louco. Aí, de sacanagem, eles (os paparazzi) começaram a publicar umas fotos minhas bem baranga, indo na padaria de chinelo, essas coisas. E os fãs da Xuxa criaram uma comunidade contra mim no orkut. E a Sasha não me aceitava. Aí eu não aguentei a pressão e terminei meu relacionamento com ele. Se Freud explica, eu não me dei ao trabalho, mas o sonho está no ranking dos mais "non sense". Sei lá se eu queria sonhar na verdade com o Clark Kent e peguei um genérico.

Como você seria em 1968?

Let´s in the 60`s (1968)

Durante esta semana descobri um site bem interessante. Não sei se estou trazendo notícia velha, mas vale a pena a visita: http://www.yearbookyourself.com/.
Nele, você coloca uma foto sua, de frente e em close. Você poderá imaginar como você seria nos anos 50, 60, 70 e 80 em poses típicas daqueles anuários de estudantes americanos. Algumas fotos ficam bem toscas, mas vale a pena, só para dar risada e viajar no tempo.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Agora, Shiloh...


Achei a foto da Shiloh com um dos gêmeos. Fofa. Olhinhos do papai.

"As presidiárias"


Li em algum lugar e concordei. Cláudia Raia, como Donatela-presidiária, está a cara do "Tonhão", da extinta TV Pirata. Lembram dele? O melhor personagem cômico de Cláudia. Bons tempos.

Baby Suri


"Roubei" as imagens de Suri Cruise lá do blog "Petiscos" da Julia Petit. Não resisti, tinha que ter esta fofa no meu blog também!! Fala sério se não é uma "tchutchuca"? E a foto dela conversando com a boneca? Já Shiloh, a filha de Angelina e Brad Pitt, agora tem os gêmeos para brincar de mamãe e filhinha...


OBS: Se quiser visualizar em tamanho maior, é só clicar na imagem.



A vida de Judy


Os que gostam de cinema da época áurea de Hollywood devem saber que vários astros daquele tempo tiveram uma vida de muitos altos e baixos, glamour e desgraças pessoais. Hoje, alguns são tão lembrados pelo talento quanto pela vida triste e dramática. Entre eles, por exemplo, estão Marilyn Monroe, Montgomery Clift e Judy Garland.

Judy Garland, que tem sua vida contada em várias biografias, está sendo apresentada atualmente pela minissérie Minha vida com Judy Garland pelo canal a cabo GNT. Judy Davis, que interpreta a atriz-cantora em sua fase adulta, ganhou vários prêmios pelo papel, inclusive um Emy. A minissérie, aliás, tem uma qualidade bem melhor do que as apresentadas anteriormente pelo canal, contando a vida de Marilyn e de Audrey Hepburn, respectivamente.

A pequena Judy (que, na verdade era Frances Gumm) começou a carreira ainda criança, cantando com os irmãos no que era chamado "teatro de variedades". Foi contratada pela MGM e "adotada" pelo chefão do estúdio Louis B. Mayer no início da adolescência. Não era bonita e graciosa como a contemporânea Shirley Temple da Fox, nem como a criança prodígio da geração seguinte, Elizabeth Taylor. No entanto, cantava como nenhuma outra. É impressionante assisti-la, até hoje, como Dorothy de "O mágico de Oz" (1939). Tinha ela 16 anos, deveria aparentar 12, e cantava como gente grande.

Desde cedo ela foi induzida ao vício pelos chefões do estúdio e pela própria mãe. Os contratos eram longos e a menina, que tinha tendência a engordar, não podia ganhar peso e nem perder a voz. Tomava remédios para emagrecer, ficava acelerada, precisava dormir, e tomava calmantes. Livrou-se da MGM e da mãe, mas nunca mais ficou livre dos vícios e dos próprios fantasmas. Além da mãe tirana, teve um pai afetivo que morreu cedo, de meningite. O pai, ao que consta, era bissexual, assim como seu segundo marido, Vincent Minnelli, pai de Liza.

Judy Garland tentou várias vezes o suicídio, faliu e ressurgiu das cinzas inúmeras outras, mas seu corpo não resistiu por muito tempo. Judy faleceu aos 47 anos, em 1969.

Sua filha Liza Minnelli fez muito sucesso nos anos 70, mas enfrentou muitos problemas parecidos com os de sua mãe (saúde precária, vícios, instabilidade emocional, casamentos fracassados). Hoje, Liza, assim com Judy, são musas do público gay, mas muito queridas por todos os fãs de cinema. Aliás, Judy Garland sempre pôde contar com seu público cativo, que a amava, a despeito de suas fases ruins.

sábado, 9 de agosto de 2008

Imagem e semelhança


E depois de ser comparada a Fernanda Torres e P.J. Harvey, encontraram um novo alguém. Agora dizem que pareço com Amy Winehouse. Adoro a voz de Amy, mas não sei se rio ou choro.

E Céu perdeu o sotaque...

...após a revelação de Flora como assassina da novela. Agora ela não nasceu mais em um interior longínquo (afinal, sou do interiorr e não sei de onde ela trouxe aquele acento) e sim na zona sul do Rio? A nova fase implica em transformar a Céu em uma nova Bebel? Difícil. Camila Pitanga tem "finesse", mas Deborah Secco tem cara de "calçada", tadinha. Não consigo gostar dela.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Você não é uma assassina como eu!

E Patrícia Pillar, como Flora, é a grande vilã de "A Favorita". Tal como as loiras gélidas de Hitchcock, Flora é a assassina de Marcelo Fontini em uma revelação digna de último capítulo.
As pistas estavam lá: Flora sempre fora fria, não se desesperava em nenhuma das situações. Era calculista e sedutora. Insistente e invasiva, especialmente com Zé Bob e Lara. Donatella por sua vez, mostrava-se ingênua em muitos momentos. Foi enganada por Silveirinha e Dodi. Expansiva e atrapalhada. Impulsiva e romântica. Até mesmo quando tentava usar do dinheiro para conseguir algo, se embananava toda. Sem perfil de assassina. A não ser que tivesse matado por impulso, em um descontrole.
Patrícia Pillar enganou bem porque, além da trama pregar peças, tem rosto de anjo. Patrícia tem jeito de mãe e é querida pelo público. Cláudia Raia é simpática, mas também tem esse jeito de toda poderosa e, como pessoa pública, é arrogante muitas vezes. Pode ser que o público quisesse ver Patrícia Pillar como mocinha, apesar das pistas indicarem o contrário.
Alguns tem comentado que talvez a trama esvazie com a revelação do grande mistério. A ambiguidade dos personagens era algo que fazia da trama algo especial, mas não acho que o drama perderá sua riqueza.Agora temos uma mocinha digna de Janete Clair para torcer, a pobre Donatella. E há ainda outros mistérios que rondam a família Fontini, como o seqüestro do filho da mocinha. Seria Halley? Halley seria meio-irmão de Lara?

Enfim, que venha o folhetim clássico! Adoro novelões com pitadas de mistério. João Emanuel Carneiro é um digno discípulo de Silvio de Abreu. Espero que não perca a mão em nome da audiência.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Nome Próprio


Ainda que eu seja uma blogueira bissexta que não gosta de expôr a vida pessoal, fui conferir "Nome Próprio", filme dito independente, com Leandra Leal. O filme trata justamente da vida de uma blogueira com pretensões de romancista, Camila. O diretor Murilo Salles inspirou-se em dois livros de Clarah Averbuck, que por sua vez, teve seu auge na blogosfera em 2001, quando deu-se início à febre dos blogs-confissão (exposição).

Fui assistir por duas razões principais: a própria Leandra, que considero ótima atriz e o tema (blogs), inédito enquanto tema principal.

Não sei se gostei. O filme abusa dos palavrões, de cenas de sexo e nudez (algumas necessárias, outras não) e de menstruação, esperma e vômito (totalmente desnecessários). Há como insinuar sem mostrar, a não ser que a intenção seja chocar mesmo.

Leandra Leal está bem, como sempre. E linda, em sua beleza não-óbvia. Os rapazes, com certeza, dariam adjetivos diferentes. Aliás, tive a sensação incômoda de que o diretor devia ter uma fixação pelo corpo da atriz, quase uma insistência em mostrar como ela é gostosa mesmo. Pode ser só uma impressão minha, mas que achei isso, achei.

E, para finalizar, achei Camila, a personagem, chata. Não consigo ver como heroína uma personagem tão narcisista, egoísta e mimada. Mulheres ditas "guerreiras" que só enxergam o próprio umbigo e usam o outro como forma de obter coisas em seu próprio benefício não me dizem nada.

domingo, 27 de julho de 2008

Amor em cinco tempos...


Tinha ouvido falar no filme há algum tempo. "Amor em cinco tempos" (5 x2) é um filme francês de 2004. Apesar do título meigo em português, e matemático no original (cinco momentos vividos por duas pessoas), o filme é um soco no estômago, do início ao fim.

O enredo trata da história de um casal, contada de trás para diante, do divórcio doloroso ao momento em que se conhecem, em uma idílica praia da Itália. O final, no entanto, não é feliz, apesar de assim ser a última cena. Na França, me parece, há uma versão alternativa em que o filme é mostrado na ordem cronológica, mas talvez não tenha o mesmo efeito.

As cinco cenas da vida do casal são mostradas de forma que você pressinta o que fez, afinal, com que aquela relação se acabasse. Um momento ruim, crises, uma palavra (mal) dita em um mau momento. O que muito me chamou a atenção foi o olhar da atriz Valeria Bruni Tedeschi, a Marion. Do extremamente melancólico à euforia do apaixonamento.

Impossível não assisti-lo e não pensar nas desventuras de nossas relações afetivas, suas dores e neuroses. Vale a pena, no entanto.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Quem quer bacalhau?




Muitas vezes, no antigo blog, escrevi sobre meu hábito de ler (e assistir) boas biografias. Há muitas tele-biografias boas, excelentes documentários sobre vidas impressionantes, especialmente nos canais a cabo (History Channel, GNT e até mesmo na E!). Sentia falta de programas deste tipo no Brasil, com tantas pessoas bacanas, cujas histórias de vida são melhores que muita novela das oito.
Eis que a Globo nos presenteia com "Por toda minha vida", programa que já foi intermitente e agora tem sido apresentado quintas-feiras seguidas, em um horário ingrato (23:30hs). Apesar do horário, o especial do Mamonas Assassinas teve boa audiência, que foi seguido pelo de Dolores Duran (sem o mesmo êxito) e, ontem, pelo documentário sobre Chacrinha.
Chacrinha me lembra a infância. Não gostava de palhaços, mas achava o Chacrinha hilário. Lembro-me dele juntamente com as recordações dos aniversários infantis (sempre aos sábados) e do programa Barros de Alencar, que apresentava as campeãs da semana, onde o Menudo era presença garantida. Ri sozinha assistindo ao programa de ontem, ouvindo "Maria Sapatão" e vendo o Velho Guerreiro buzinar nos calouros e jogar bacalhau no povo. Depois chorei. Não sei se pelo Chacrinha ou se pelo tempo que se foi. Um tempo em que havia Cazuza, Raul Seixas e Dina Sfat, presentes no programa de ontem.
A Globo tem um arquivo maravilhoso de imagens, pouco usado nos programas da casa, uma vez que o Vídeo Show dedica-se quase que exclusivamente a Malhação. Um programa tão bem feito como "Por toda minha vida" precisa vingar. E de preferência, sair em DVD. Jóia Pura.

terça-feira, 22 de julho de 2008

AINDA DERCY...

Imperdível a entrevista dada por Dercy Gonçalves para João Gordo, na MTV. A entrevista foi reprisada ontem, ainda no clima de despedida da grande comediante. João Gordo, o irreverente, entrevistou Dercy, a desbocada. O que vi foi um garotão sensível conversando com uma senhora lúcida, afetiva e incrivelmente puritana, apesar dos palavrões inconfundíveis. Neto em casa de avó bacana, me pareceu. Uma delícia de conversa.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

"Eu quero i embora, Juventino!"


Apesar de Cristiana Oliveira se aborrecer (e com certa razão) por associá-la sempre a Juma Marruá, desvinculá-la de uma personagem tão forte é quase impossível. Sim, estou assistindo a "Pantanal", mesmo com suas imagens mal-cuidadas e 18 anos depois. A novela é linda. E Cristiana Oliveira nunca mais esteve tão incrível quanto em 1990, como a menina-onça.

No entanto, escrevo este post em homenagem aos personagens masculinos de Benedito Ruy Barbosa. Na minha opinião, este é o nosso autor de novelas que melhor escreve os papéis de mocinho, cargo ingrato na maioria das vezes. Miguel Falabella escreve bem papéis femininos (prefiro as personagens dele às histéricas de Manoel Carlos), Gilberto Braga, os vilões sensuais e irônicos, e Benedito, os bons moços, pelo menos nos seus velhos e bons tempos.

Ainda quando era autor das seis na Globo, Benedito escreveu o melhor papel de Kadu Moliterno, o de José Eleutério, em "Paraíso" (1982). Paulo Gorgulho consagrou-se como o bom e viril José Leôncio na primeira fase de "Pantanal" (1990) e a revelação de Leonardo Vieira foi como o sensível e apaixonado José Inocêncio em "Renascer" (1993). Isso sem falar em Marcos Winter como Jove também em Pantanal, e em Marcello Antony, interpretando o soldado Bruno Berdinazzi em "O rei do Gado"(1996).

Como podemos conferir hoje com a reprise de Pantanal pelo SBT, Benedito tem belas histórias para contar, mas às vezes confere um ritmo arrastado e por vezes repetitivo em seus diálogos (sempre entremeados por "o amigo me disse", "vamos mudar o rumo dessa prosa", "nunca tive nada nesta minha vida" e outras expressões, que independem da época e do personagem). No entanto, os atores, ainda que novatos (como os acima citados) brilham e cativam nos papéis de heróis viris e sensíveis. Vamos torcer para que Benedito recupere a antiga forma e nos presenteie com mais novelas como "Pantanal" e mais heróis como José Leôncio e Jove.

domingo, 29 de junho de 2008

CASA NOVA...

Estou de casa nova, testando o novo espaço. Aos poucos, vou dando minha cara a ela. A quem interessar possa, aos novos visitantes,tem o endereço da casa antiga, na qual não irei mais postar.

http://www.ondetever.blogger.com.br/

A Ruth de Fernando

"Se morre da morte que ela quer
É ela que escolhe seu estilo,
sem cogitar se a coisa que mata
rima com sua morte ou faz sentido
Mas ela certo te respeitava
de muito ler e reler teus livros
pois matou-te com a guilhotina
fuzil limpo do ataque cardíaco"



O grande Roberto Pompeu de Toledo cita João Cabral de Melo Neto em um grande texto sobre Ruth Cardoso, morta nesta última semana por este fuzil limpo, o ataque cardíaco. Ah, que tristeza saber que uma mulher deste porte foi embora tão cedo. Sim, porque 77 anos é pouca idade, eu que já ando revendo esta questão do que é ser jovem nesta vida.
A Ruth de Fernando, que virou FHC no planalto, e por lá mesmo, me parece, deu suas escapadas conjugais, foi-se embora de maneira prosaica, pedindo café e fazendo planos de viagem. Será lembrada por seus alunos como a grande professora que foi, e entre os brasileiros, ainda que de outros partidos, como uma grande mulher.
Fez-me pensar novamente na efemeridade da vida e do que fazemos com ela. Ruth deixou sua marca, sem dúvida. E o que será de Fernando Henrique sem a companheira de 55 anos?