quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Só vou gostar de quem gosta de mim

"De hoje em diante eu vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante em que você partiu
Destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar, de esperar enfim
E pra começar, eu só vou gostar
De quem gosta de mim."

(Rossini Pinto, by Caetano Veloso)

sábado, 15 de novembro de 2008

O poder de um par de óculos

Costumo ser generosa com os rapazes, em nível de exigências. Minhas maiores paixões incluem gordos desalinhados, peludos a là Tony Ramos, calvos e míopes. Às vezes, tudo isso junto numa só pessoa. Penso que os esteticamente belos demais me entediam. Para mim, a beleza está na imperfeição.

Em relação aos rapazes de óculos, a coisa é mais séria. Desde pequena, míopes exercem em mim um fascínio quase inexplicável. Parece haver uma magia naqueles olhos que não enxergam bem. Seria por que os homens de óculos parecem inteligentes? Não sei. Um homem de óculos tem poder.

Tem poder até, penso eu, no que seria uma suposta fragilidade. Até mesmo o pior canalha parece mais frágil atrás de um par de óculos. Lembrem-se de Jude Law em "Closer"(2004). Canalha, mas míope. Este pequeno detalhe talvez o tenha deixado mais humano. Marcello Antony, em todo seu esplendor, usou do mesmo expediente na novela "Belíssima" (2005). André Santanna, seu personagem, tinha suas falhas de caráter, mas estava lá a pequena deficiência visual. Antony já fez garotos de praia, mas foi o rapaz de óculos seu personagem mais fascinante.

Se as meninas do Leblon não olhavam mais para Herbert Vianna no início da carreira, eu olhava. Adorava o Vianna "versão óculos" e eu era só uma criança. Também gostava do Ernesto Varella, personagem do grande Marcelo Tas, com seus óculos de aro vermelho. Já adolescente, eu ia para a balada como se estivesse no jogo "Onde está Wally?". Ah, e é claro, sempre preferi o Clark Kent ao Super Man. Um par de óculos, afinal, era perfeito para transformar uma pessoa em outra.

Talvez frágeis na minha própria ficção, os homens de óculos às vezes batem pesado. Apesar disso, ainda peço aos meninos míopes que revejam o uso das lentes de contato. Um par de óculos podem, sim, fazer a diferença, ainda que seja para mulheres como eu.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Nada a fazer...

"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho…o de mais nada fazer.”

(Clarice Lispector)

domingo, 9 de novembro de 2008

Você troca uma Cláudia Ohana por um Tom Cruise?

Quando eu era adolescente (no século passado, portanto), criei uma espécie de mercado negro na minha casa, para vender o que chamávamos de "revista de mulher pelada". Eu devia ter uns doze anos e uma coleção de revistas Playboy e Status velhas, "herança" do meu pai. É claro que ele não havia deixado as revistas para mim e minha mãe achava que elas tivessem ido para o lixo. Meu pai era um consumidor voraz de revistas e jornais (havia dezenas de Manchetes, Istoés, Vejas e centenas de gibis também), algo que, sim, eu herdei dele.

Pois bem, voltemos ao mercado negro. Eu, solidária aos hormônios efervescentes dos meus colegas púberes, propus vender as revistas ou simplesmente trocá-las por pôsteres do Tom Cruise ou do Menudo. Os meninos pediam os pôsteres para as mães (vejam só) e os trocavam comigo. O John Travolta já estava meio passadinho para mim, mas eu aceitava também (inclusive ganhei o encarte pôster do disco do BeeGees).
Eu, com um olhar extremamente técnico, verifiquei muitas das Playboys da época (Betty Faria, Cristiane Torloni, Suzana Vieira, etc). Queria ver o material para pedir mais ou menos fotos do Tom Cruise. Eis que me deparo com uma revista chocante, que me deu pesadelos (de verdade). Foi a Playboy da Cláudia Ohana, com uma capa meiga, mas um recheio de revista horripilante, com aqueles pêlos todos. Recentemente no Jô, Cláudia, que acabou de posar novamente para a Playboy declarou "Não sei porque tanto alarde a respeito das minhas fotos da época. Nos anos 80, ninguém se depilava e eram todas tão peludas quanto eu". Pois então, eu lhe respondo, Cláudia: como conhecedora técnica e comerciante das Playboys da época, não houve nenhuma como você. Nenhuma.

Alma velha

Você percebe que tem a alma velha quando o casal que mais lhe empolga na novela das oito é Copolla e Irene, os ex-namorados septuagenários. Simplesmente adoro Tarcísio e Glória.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Akinator é um gênio!

Um site para passar o tempo. Akinator é um gênio danado que adivinha pensamentos. É só você pensar em um personagem (fictício ou não) que ele descobre, fazendo perguntas. Passa lá e veja se consegue parar. É viciante.

www.akinator.com

domingo, 2 de novembro de 2008

Divas abandonadas...

"Com um gênio ruim desse, vai acabar ficando sozinha."

Quem nunca ouviu essa praga? Até eu, que sou um doce (cof, cof), em momentos de botar a boca no mundo, escutei essa.

Sei lá por quê, lembrei disso ao assistir um especial sobre Maria Callas, a grande diva da ópera, no GNT. Até hoje incomparável em seu talento como cantora, Callas era terrível. Charmosa, temperamental e inteligente, foi apaixonada pelo ogro e milionário Aristóteles Onassis. Ele teve um caso com ela por anos, mas casou-se com outra (Jackie Kennedy). O abandono foi mundialmente comentado. Já pensou receber um fora público desses? Pois é, Maria Callas, a diva, recebeu. E de um homem feio feito o cão. Será que foi o gênio ruim de Callas? Que nada, Onassis devia gostar de mulher geniosa porque Jackie Kennedy, a escolhida, também era insuportável. E também tinha levado um chifre público, olha só, quando John Kennedy envolveu-se com Marilyn Monroe. Essa, aliás, que tinha rosto de bebê e um corpo de enlouquecer, foi abandonada várias vezes. Inclusive por Kennedy.

Esta e outras histórias estão no livro "Divas Abandonadas", de Tetê Ribeiro. Caras colegas, até divas são abandonadas. Algumas geniosas, outras nem tanto, mas todas curtiram um pouco de solidão. E, com certeza, não foi só por conta do "gênio ruim". Foi porque dor de cotovelo e solidão fazem parte da vida de todas nós. Doces, ou nem tanto.