terça-feira, 28 de outubro de 2008

Em terra de cego...

quem tem olho, nem sempre é rei. Que o diga a personagem de Julianne Moore no denso "Blindness". Ver, quando ninguém vê, por vezes, é uma escravidão. Uma solidão sem fim.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A paixão nos tempos do cólera...


Para quem gosta de bons filmes dramáticos e é fã do grande Edward Norton, recomendo "O despertar de uma paixão", longa de 2006. Reconheço que drama não é um gênero fácil, mas a forma como a história, adaptada de um romance, é contada, emociona, verdadeiramente. Quem leu o livro, diz que Edward Norton, que foi um dos produtores, conseguiu fazer uma história ainda melhor.


O enredo trata da vida de dois jovens que se casam, mas que mal se conhecem. Um bacteriologista tímido e sem-graça Walter (Norton) apaixona-se pela exuberante e mimada Kitty (Watts). Ela não se encanta propriamente com ele, mas aceita o pedido de casamento, com o claro intuito de sair da casa da mãe.


Ela, casada, acaba traindo o marido com um homem que é o seu oposto: másculo, extrovertido, sedutor e com caráter duvidoso. O marido descobre e, amargo, quer vingar-se dela, levando-a para um lugar sem conforto e isolado na China, na época de uma grande epidemia de cólera.


O que virá da convivência destas duas pessoas feridas faz a magia do filme. Assim como Kitty, você passa a ver Walter de outra maneira. Como Walter, aos poucos você percebe que Kitty não é tão fútil assim. A paixão surge, então, de um casamento falido.


O casal não parece irreal, você sente que pode encontrá-los por aí, daí a emoção verdadeira que desperta. Isso deve-se muito ao talento dos dois atores, que estão magníficos. Vale, vale muito a pena a locação.

domingo, 19 de outubro de 2008

Confissões

Ontem, assistindo ao "Saia Justa", identifiquei-me com Mônica Waldvogel, as always. Adoro a Betty Lago, é quase um hábito adorar as mais "non sense", mas me identifico com as certinhas, fazer o quê. Mônica disse duas frases que cabem bem para mim:

- Engraçado, Madonna não me diz nada.
- Já tentei ser patricinha inúmeras vezes, mas algo me escapava, algo sempre fugia.

Sim, caros, eu já tive um passado militante, já fui cara-pintada, já votei no sapo barbudo quando ele era de esquerda, mas já desejei TAMBÉM ser patricinha.Não consegui, assim como não consigo ser loira, pois a alma é morena, seja lá o que isso quer dizer. E não iria a um show da Madonna.

PS: Quero ir ao show do REM, mas me falta companhia disposta. Michael Stipe, esse sim, é minha diva.

Pobres Meninas...

E antes que o ano chegasse ao fim, tivemos uma nova Isabela Nardoni, a pobre Eloá Pimentel. Triste o fim destas duas meninas, que morreram, como tantas outras, nas mãos daqueles que um dia lhes deram afeto. E, sinal desses nossos vergonhosos tempos: rodeadas pelos urubus da imprensa marrom.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Fotos


Amiga minha, chegada em descobrir novos horizontes, aventurou-se em candidatar-se para vereadora de sua cidade, alguns anos atrás. Popular que era, caprichou no santinho, pintou o carro com o número de sua candidatura e investiu firme. Não ganhou a eleição, apesar da votação expressiva, mas ganhou um namorado, que apaixonou-se por ela através da foto do santinho. Não ficaram muito tempo juntos, mas a história rende até hoje.


Lembrei dela ao ler a história pitoresca, para dizer o mínimo, de Beto Barbosa, que, segundo matéria de Rosana Hermman, entrou em depressão e começou a frequentar um cemitério. No cemitério, apaixonou-se pela foto de uma moça que estava enterrada lá. Passou a velar o túmulo da moça, religiosamente. Conheceu a mãe dela, por quem ficou sabendo da história trágica da menina (ela havia se suicidado). Na aproximação com a família, conheceu a irmã da falecida, apaixonou-se e se casou com ela.


Ambas as histórias chegam a ser hilárias, apesar do romantismo implícito. Me deu vontade de assistir "Em algum lugar do passado" (1980), quando Christopher Reeve se apaixona por uma foto antiga. Para mim, o filme mais romântico do mundo. Lindo.