segunda-feira, 14 de julho de 2008

"Eu quero i embora, Juventino!"


Apesar de Cristiana Oliveira se aborrecer (e com certa razão) por associá-la sempre a Juma Marruá, desvinculá-la de uma personagem tão forte é quase impossível. Sim, estou assistindo a "Pantanal", mesmo com suas imagens mal-cuidadas e 18 anos depois. A novela é linda. E Cristiana Oliveira nunca mais esteve tão incrível quanto em 1990, como a menina-onça.

No entanto, escrevo este post em homenagem aos personagens masculinos de Benedito Ruy Barbosa. Na minha opinião, este é o nosso autor de novelas que melhor escreve os papéis de mocinho, cargo ingrato na maioria das vezes. Miguel Falabella escreve bem papéis femininos (prefiro as personagens dele às histéricas de Manoel Carlos), Gilberto Braga, os vilões sensuais e irônicos, e Benedito, os bons moços, pelo menos nos seus velhos e bons tempos.

Ainda quando era autor das seis na Globo, Benedito escreveu o melhor papel de Kadu Moliterno, o de José Eleutério, em "Paraíso" (1982). Paulo Gorgulho consagrou-se como o bom e viril José Leôncio na primeira fase de "Pantanal" (1990) e a revelação de Leonardo Vieira foi como o sensível e apaixonado José Inocêncio em "Renascer" (1993). Isso sem falar em Marcos Winter como Jove também em Pantanal, e em Marcello Antony, interpretando o soldado Bruno Berdinazzi em "O rei do Gado"(1996).

Como podemos conferir hoje com a reprise de Pantanal pelo SBT, Benedito tem belas histórias para contar, mas às vezes confere um ritmo arrastado e por vezes repetitivo em seus diálogos (sempre entremeados por "o amigo me disse", "vamos mudar o rumo dessa prosa", "nunca tive nada nesta minha vida" e outras expressões, que independem da época e do personagem). No entanto, os atores, ainda que novatos (como os acima citados) brilham e cativam nos papéis de heróis viris e sensíveis. Vamos torcer para que Benedito recupere a antiga forma e nos presenteie com mais novelas como "Pantanal" e mais heróis como José Leôncio e Jove.

3 comentários:

Unknown disse...

Que bom que te achei de novo!
Gostava muito dos seus escritos no Ondetver.
O endereço que vc deixou no seu antigo blog está errado, vc colocou com.br, para te localizar tive que procurar no google.
Boa sorte na nova casa!
Ivonete

Unknown disse...

Em relação a Pantanal, assisti quando passou pela primeira vez, a novela é mesmo linda, mas nada supera os 15 primeiros capítulos, a interpretação deliciosa de Paulo Gorgulho. O final também foi bonito, mas, como vc disse, a novela foi muito arrastada no seu meio e a frase que escreveu como título de seu artigo era uma das mais repetidas pela Juma (chegava a irritar).
Cristiana Oliveira deveria ser muito grata a Pantanal, pois foi a novela que a projetou, nunca mais repetiu o sucesso desse personagem e atualmente é só mais uma coadjuvante das novelas globais.

Letícia disse...

Obrigada, Ivonete. Bem vinda ao novo espaço!