Os que gostam de cinema da época áurea de Hollywood devem saber que vários astros daquele tempo tiveram uma vida de muitos altos e baixos, glamour e desgraças pessoais. Hoje, alguns são tão lembrados pelo talento quanto pela vida triste e dramática. Entre eles, por exemplo, estão Marilyn Monroe, Montgomery Clift e Judy Garland.
Judy Garland, que tem sua vida contada em várias biografias, está sendo apresentada atualmente pela minissérie Minha vida com Judy Garland pelo canal a cabo GNT. Judy Davis, que interpreta a atriz-cantora em sua fase adulta, ganhou vários prêmios pelo papel, inclusive um Emy. A minissérie, aliás, tem uma qualidade bem melhor do que as apresentadas anteriormente pelo canal, contando a vida de Marilyn e de Audrey Hepburn, respectivamente.
A pequena Judy (que, na verdade era Frances Gumm) começou a carreira ainda criança, cantando com os irmãos no que era chamado "teatro de variedades". Foi contratada pela MGM e "adotada" pelo chefão do estúdio Louis B. Mayer no início da adolescência. Não era bonita e graciosa como a contemporânea Shirley Temple da Fox, nem como a criança prodígio da geração seguinte, Elizabeth Taylor. No entanto, cantava como nenhuma outra. É impressionante assisti-la, até hoje, como Dorothy de "O mágico de Oz" (1939). Tinha ela 16 anos, deveria aparentar 12, e cantava como gente grande.
Desde cedo ela foi induzida ao vício pelos chefões do estúdio e pela própria mãe. Os contratos eram longos e a menina, que tinha tendência a engordar, não podia ganhar peso e nem perder a voz. Tomava remédios para emagrecer, ficava acelerada, precisava dormir, e tomava calmantes. Livrou-se da MGM e da mãe, mas nunca mais ficou livre dos vícios e dos próprios fantasmas. Além da mãe tirana, teve um pai afetivo que morreu cedo, de meningite. O pai, ao que consta, era bissexual, assim como seu segundo marido, Vincent Minnelli, pai de Liza.
Judy Garland tentou várias vezes o suicídio, faliu e ressurgiu das cinzas inúmeras outras, mas seu corpo não resistiu por muito tempo. Judy faleceu aos 47 anos, em 1969.
Sua filha Liza Minnelli fez muito sucesso nos anos 70, mas enfrentou muitos problemas parecidos com os de sua mãe (saúde precária, vícios, instabilidade emocional, casamentos fracassados). Hoje, Liza, assim com Judy, são musas do público gay, mas muito queridas por todos os fãs de cinema. Aliás, Judy Garland sempre pôde contar com seu público cativo, que a amava, a despeito de suas fases ruins.
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