E Patrícia Pillar, como Flora, é a grande vilã de "A Favorita". Tal como as loiras gélidas de Hitchcock, Flora é a assassina de Marcelo Fontini em uma revelação digna de último capítulo.
As pistas estavam lá: Flora sempre fora fria, não se desesperava em nenhuma das situações. Era calculista e sedutora. Insistente e invasiva, especialmente com Zé Bob e Lara. Donatella por sua vez, mostrava-se ingênua em muitos momentos. Foi enganada por Silveirinha e Dodi. Expansiva e atrapalhada. Impulsiva e romântica. Até mesmo quando tentava usar do dinheiro para conseguir algo, se embananava toda. Sem perfil de assassina. A não ser que tivesse matado por impulso, em um descontrole.
Patrícia Pillar enganou bem porque, além da trama pregar peças, tem rosto de anjo. Patrícia tem jeito de mãe e é querida pelo público. Cláudia Raia é simpática, mas também tem esse jeito de toda poderosa e, como pessoa pública, é arrogante muitas vezes. Pode ser que o público quisesse ver Patrícia Pillar como mocinha, apesar das pistas indicarem o contrário.
Alguns tem comentado que talvez a trama esvazie com a revelação do grande mistério. A ambiguidade dos personagens era algo que fazia da trama algo especial, mas não acho que o drama perderá sua riqueza.Agora temos uma mocinha digna de Janete Clair para torcer, a pobre Donatella. E há ainda outros mistérios que rondam a família Fontini, como o seqüestro do filho da mocinha. Seria Halley? Halley seria meio-irmão de Lara?
Enfim, que venha o folhetim clássico! Adoro novelões com pitadas de mistério. João Emanuel Carneiro é um digno discípulo de Silvio de Abreu. Espero que não perca a mão em nome da audiência.
Um comentário:
concordo com você Letícia! depois da revelação a novela ficou muuuito melhor!
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