"Se morre da morte que ela quer
É ela que escolhe seu estilo,
sem cogitar se a coisa que mata
rima com sua morte ou faz sentido
Mas ela certo te respeitava
de muito ler e reler teus livros
pois matou-te com a guilhotina
fuzil limpo do ataque cardíaco"
O grande Roberto Pompeu de Toledo cita João Cabral de Melo Neto em um grande texto sobre Ruth Cardoso, morta nesta última semana por este fuzil limpo, o ataque cardíaco. Ah, que tristeza saber que uma mulher deste porte foi embora tão cedo. Sim, porque 77 anos é pouca idade, eu que já ando revendo esta questão do que é ser jovem nesta vida.
A Ruth de Fernando, que virou FHC no planalto, e por lá mesmo, me parece, deu suas escapadas conjugais, foi-se embora de maneira prosaica, pedindo café e fazendo planos de viagem. Será lembrada por seus alunos como a grande professora que foi, e entre os brasileiros, ainda que de outros partidos, como uma grande mulher.
Fez-me pensar novamente na efemeridade da vida e do que fazemos com ela. Ruth deixou sua marca, sem dúvida. E o que será de Fernando Henrique sem a companheira de 55 anos?
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