domingo, 8 de novembro de 2009

"Fiz a Audrey"


Há uma cena de Audrey Hepburn em "Sabrina"(1954) que sempre me lembro. Ao levar um fora de Linus (Humphrey Bogart), em que ele expõe, de maneira cruel, que não a ama, ela, Sabrina, simplesmente se levanta e sai. Apenas com o olhar ela demonstra todo o seu sofrimento e o quanto ele estaria sendo grosseiro. Sem choro, sem histrionismo. Elegantérrima.


Há muitos anos, um namorado rompeu comigo. Não foi cruel como Linus, mas o rompimento com alguém que se ama nunca é fácil. Uma amiga, na época, me perguntou: "Como você reagiu?". E eu disse: "Fiz a Audrey". Sem choro nem vela. Sem chantagens. "Se quiser voltar, me telefone. Sabe o quanto gosto de você."


Nem todas as pessoas reagem bem ao fim de uma relação. Aliás, a maioria não. Até a princesa Diana (lembram-se?) não conseguiu ser como Sabrina. Falou mal do príncipe Charles em rede nacional para mostrar o quanto ele havia sido cruel com ela. Para quê? Pagar de mulher ressentida? Atacar o objeto de amor perdido para que ninguém mais se interesse por ele (ainda que fosse o Charles)? Deixá-lo tão terrível para que você mesma não corra a tentação de querê-lo de volta?


Há hoje uma confusão do que é "mulher guerreira". Mulher "guerreira" (que termo é esse?), autêntica é aquela que expõe a vida íntima em revistas, portais de celebridades e twitters? Que risca o carro do ex? Sei lá, para mim, isso é ser barraqueira. Se você é "guerreira", maravilhosa mesmo, isso aparece. Se o cara é um paspalho e não vale nada, isso também aparece. Não precisa ficar bradando aos quatro ventos. Discrição nunca é demais. Até no final (doloroso) de um relacionamento. E isso serve, obviamente, para os homens também.


2 comentários:

Mulher Solteira disse...

Olá, moça! Tudo bem?
Vi seu comentário no Mulher Solteira, com um ar de familiaridade tão gostoso, que vim atrás do seu link para ver se me lembrava de você. Na verdade, apesar de reconhecer o seu nick, acho que nunca havia entrado no seu blog. Adorei! Sensação de "amiga de infância": noveleira de plantão, chora com paredão de Big Brother, sofre saudades melancólicas dos anos 80, gosta de música brega... É nóis, minha filha!
Prazer em te (re)conhecer.
Uma beijoca,
Cris.

Letícia disse...

Oi, Cris!

Que recado afetuoso; obrigada. Volte muitas vezes! O prazer é meu.

Bjinhos