"It's repetition,
I'm coming back to you.
Repetition,
The only thing I can do. "
("Repetition", Information Society)
I'm coming back to you.
Repetition,
The only thing I can do. "
("Repetition", Information Society)
Há um filme emblemático (bastante citado por psicanalistas e também já citado por aqui) que se chama "O feitiço do tempo" (Groundhog Day). Nele, Phill Connors (Bill Murray), um jornalista renomado, um "astro", é obrigado a cobrir "o dia da marmota" (o título do filme, em inglês) em uma cidade pequena do interior, cheia de "caipiras". Contava a lenda que se a marmota (um roedor) saísse de sua toca e olhasse para a própria sombra, o inverno continuaria por muito tempo. Phill acaba fazendo o seu trabalho com imenso pouco caso, esperando ansiosamente para sair dali. Eis que uma nevasca impede sua saída da cidade naquele dia e ele é obrigado a dormir lá. Quando acorda, a surpresa. Ele não está somente preso na cidade que abomina, mas no "pior dia de sua vida". O filme narra as tentativas de Phill para quebrar o feitiço e seus vários posicionamentos diante da repetição. Pergunta Phill: "Mas eu não poderia estar repetindo um dos melhores dias da minha vida? Por que, justamente, o pior deles?"
A (tragi)comédia de Phill Connors, afinal, faz pensar em nossa própria vida.Quantas vezes, especialmente em nossas relações afetivas, nos vemos incorrendo em "reprises"? O filme é antigo, eu não gostei, e cá estou eu sendo o protagonista do velho enredo novamente. Novamente sendo abandonado (a), novamente investindo em relações à distância, novamente "impelido" a destratar quem me ama. Os objetos de amor (ou desamor) são completamente distintos, mas os enredos, ah, os enredos, são bastante similares.
No filme, Phill Connors tenta de todas as formas sair de seu dia ruim: promete casamento, insulta pessoas, tenta até se matar. Depois, tudo continua como se nada tivesse acontecido, nenhuma consequência e o dia ruim começa outra vez. A saída da repetição se dá quando ele se angustia e implica-se nela. "O que, afinal tenho a ver com isso tudo?". Phill consegue quebrar o feitiço, quando, finalmente, consegue se reinventar. Ele quebra sua sina fazendo uso da criatividade e da arte e, por meio desta expressão criativa, pode, enfim, viver o amor.
Em nossa vida, a procura por uma psicanálise se dá justamente quando aquela estorinha que fez, de alguma forma, sentido durante toda a vida, não cola mais. Dá-se, entre outras coisas, quando a repetição torna-se incômoda. Não é destino, não é maldição, não é sina. O que seria, afinal, este algo que me impele a repetir "o mesmo dia"? E, muitas vezes, o mesmo "dia ruim"?
Tal como um livro ou um filme que é assistido várias vezes, também a vida pode ganhar novos sentidos a cada "reprise". Parece a mesma coisa, mas é outra, porque eu estou diferente.Parece a mesma coisa, mas é outra, porque não estou vendo pela primeira vez. Se tudo se parece com uma sucessão de reprises de mal gosto, há algo a se questionar. A vida, afinal, não precisa ser como aquela música grudenta dos anos 80 (e que inicia o post): repetição não é a única coisa que podemos fazer.
A (tragi)comédia de Phill Connors, afinal, faz pensar em nossa própria vida.Quantas vezes, especialmente em nossas relações afetivas, nos vemos incorrendo em "reprises"? O filme é antigo, eu não gostei, e cá estou eu sendo o protagonista do velho enredo novamente. Novamente sendo abandonado (a), novamente investindo em relações à distância, novamente "impelido" a destratar quem me ama. Os objetos de amor (ou desamor) são completamente distintos, mas os enredos, ah, os enredos, são bastante similares.
No filme, Phill Connors tenta de todas as formas sair de seu dia ruim: promete casamento, insulta pessoas, tenta até se matar. Depois, tudo continua como se nada tivesse acontecido, nenhuma consequência e o dia ruim começa outra vez. A saída da repetição se dá quando ele se angustia e implica-se nela. "O que, afinal tenho a ver com isso tudo?". Phill consegue quebrar o feitiço, quando, finalmente, consegue se reinventar. Ele quebra sua sina fazendo uso da criatividade e da arte e, por meio desta expressão criativa, pode, enfim, viver o amor.
Em nossa vida, a procura por uma psicanálise se dá justamente quando aquela estorinha que fez, de alguma forma, sentido durante toda a vida, não cola mais. Dá-se, entre outras coisas, quando a repetição torna-se incômoda. Não é destino, não é maldição, não é sina. O que seria, afinal, este algo que me impele a repetir "o mesmo dia"? E, muitas vezes, o mesmo "dia ruim"?
Tal como um livro ou um filme que é assistido várias vezes, também a vida pode ganhar novos sentidos a cada "reprise". Parece a mesma coisa, mas é outra, porque eu estou diferente.Parece a mesma coisa, mas é outra, porque não estou vendo pela primeira vez. Se tudo se parece com uma sucessão de reprises de mal gosto, há algo a se questionar. A vida, afinal, não precisa ser como aquela música grudenta dos anos 80 (e que inicia o post): repetição não é a única coisa que podemos fazer.
4 comentários:
Olá Lets.... Nunca imaginei que Sandy (hoje Sandy Leah) fosse algum dia fazer parte musicalmente de minha vida, entretanto, após ouvir uma música ela me fez pensar.
Aquela dos 30
Hoje já é quinta-feira
E eu já tenho quase 30
Acabou a brincadeira
E aumentou em mim a pressa
De ser tudo que eu queria e ter
Mais tempo pra me exercer
Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87
E de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Hoje já é quinta-feira
E há pouco eu tinha quase 20
Tantos planos eu fazia
E eu achava que em 10 anos
Viveria uma vida
E não me faltaria tanto pra ver
Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87
E de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tempo falta
E me faz tanta falta
Preciso de um tempo maior
Que a vida que eu não tenho toda pela frente
E do tamanho do que a alma sente
Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87
E de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Dou valor ao que a alma sente
Mas já curti Bon Jovi
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Já é quase meia-noite
Quase sexta-feira
E me falta tanto ainda
Beijos
Eddie
E hoje as pessoas de 30, para mim, parecem tão jovens... Tudo é uma questão de referencial, né? Eu gosto da Sandy...rs.
Essa sua inteligencia chega a doer de tão aguda
Sempre exagerado, não, caro desconhecido? ;-)
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