quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Todas as cenas de amor são ridículas?

No ar, mais uma novela do meu autor preferido: Giberto Braga. Há poucos autores que ainda gosto; Gilberto está entre eles. No universo braguiano não podem faltar a podridão de uma elite, as mazelas da classe média, os vilões ardilosos e as relações de inveja e disputa. Como esquecer de Raquel x Maria de Fátima, Maria Clara Diniz x Laura, Yolanda x Júlia Matos? Agora, ao que parece, será Leo x Pedro. O mocinho x o bandido. Torcendo para que o Leo de Gabriel Braga Nunes não nos faça ter saudades de Renato Mendes e Olavo Novaes.

No entanto, o papo deste post não é sobre o vilão, mas sobre os mocinhos. Como é difícil fazer o mocinho em qualquer novela, não acham? Mocinho e mocinha. Sobre Marina Drumond (Paola Oliveira), a heroína, os primeiros capítulos já fizeram questão de ressaltar o quanto ela é corajosa, batalhadora e moderna. Capaz de co-pilotar um avião e até beijar um rapaz que mal conhece depois de quase morrer. E Pedro, o herói de Eriberto Leão, encarnou uma versão tupiniquim de Keanu Reeves em "Velocidade Máxima". Demais para a minha cabeça. O pior de tudo não foi isso, mas o amor à primeira vista entre o dois. Por que as novelas insistem nisso, santo Deus? A cena em que os dois se declaram apaixonados foi pouco convincente, não conseguiu emocionar. A gente não vê isso, não parece crível. A paixão existe, sem dúvida, a maior parte de nós, maiores de 13 anos já passou por isso uma vez na vida. São os diálogos é que parecem inacreditáveis. Os americanos são melhores nisso, especialmente nas séries.

Não acho que as cenas de amor precisem ser ridículas. A maioria é, mas não precisam ser. É possível serem até um pouco piegas, mas não é necessário que sejam patéticas. O próprio Gilberto Braga escreveu cenas memoráveis para a corajosa mocinha Solange Duprat (Lidia Brondi) em Vale Tudo. Há cenas de paixão explícita entre ela e o Afonso de Cássio Gabus. E são realistas, mais de 20 anos depois. E Miguel Falabella escreveu um mocinho de arrepiar: o Gustavo de Wagner Moura em "A lua me disse". Adriana Esteves fez Heloísa, a heroína convincente que comeu o pão que o diabo amassou. As cenas entre os dois são lindíssimas.

Se alguém mais se lembra de cenas de amor emocionantes, palpite. Enquanto isso, deleitem-se com Capitão Nascimento apaixonado. Wagner Moura é rei, mas havia um bom texto por trás.

5 comentários:

Anônimo disse...

Sei que vc não gosta do Maneco, mas os gêmeos de "Viver a Vida" (Matheus Sollano? é isso?) me fizeram assistir a novela até o fim e se tem uma coisa que eu não sou é noveleira! E fui dormir várias noites sonhando com eles, principalmente o irreverente cuidando de maneira bacana da linda Aline Morais! Um fofo!!!! Clau Fontenelle

Letícia disse...

Clau, e já gostei bastante do Manoel Carlos, mas acho que ele andou perdendo a mão nas últimas novelas. No entanto, concordo que Matheus Solano fez um belo mocinho, assim como Rodrigo Lombardi como Raj. Doces.
Bjão

Ju disse...

O lance do GIlberto Braga não é o romance. Qdo este estoura em suas novelas, é fruto de uma dupla de bons atores, de direção. O lance dele é o mistério. Concordo com tudo. Foi uma palhaçada ficar balançado antes de casar por causa do ocorrido. Além disso, no mesmo dia eles saem a noite??? Como assim? Ninguem quase morre num dia e sai a noite depois!
Hoje em dia a gente não aceite mais coisas tão fictícias. É preciso manter um ingenuidade para curtir um casal desses. Vou pensar em cenas de arrepiar pra mandar. Bjs. ASdoro seu blog.ç Devia estra na FOLHA!!

Unknown disse...

Lets. Vc eh minha preferida

Letícia disse...

Ju
Lembrei de boas cenas de amor escritas por Gilberto Braga: Anos Dourados. O contexto ajudava pois eram os anos 50 e os protagonistas eram adolescentes. Felipe Camargo tinha de ser ingênuo e puro; esse era o Marcos. Vale a pena rever; é de se rasgar...rs. Se lembrar mais, compartilhe.
Fá:
Adoro você!
Bjos