domingo, 15 de maio de 2011

Vida louca, vida breve...

Eu não me lembrava que ele tinha morrido tão jovem. Lauro Corona tinha 32 anos quando faleceu, em 1989, em decorrência de AIDS. Isso foi há mais de vinte anos quando a homossexualidade e AIDS ainda eram temas tabus. Foi no mesmo ano em que a doença levou Cazuza.
Lembrei de Lauro Corona ao ler sobre ele na revista Joyce Pascowitch deste mês. A revista costuma relembrar ídolos de outros tempos. Esquecidos ou nem tanto.
Laurinho, como era conhecido, era presença onipresente na tevê. Era o equivalente, talvez, a um Cauã Reymond ou, pela semelhança física, um Bruno Gagliasso. Foi ídolo teen nos anos 7o e elogiadíssimo por seu talento nos anos 80. Além da pouca idade, chamou-me atenção o pouco tempo que ficou na mídia: 10 anos. A impressão que tinha, talvez por ser eu também muito novinha, era de que Lauro Corona esteve na tevê por muito tempo.
Morrer com AIDS naqueles tempos era algo muito triste. Era uma doença que não se falava o nome. Muitos artistas iam sumindo da mídia e, tempos depois, sabía-se da morte por causas misteriosas. Lauro Corona estava gravando uma novela das seis na época (Vida Nova) e, apesar de ser protagonista, teve de interromper sua participação. Já não tinha mais os cachos que o fizeram famoso e os olhos azuis pareciam muito distantes. A AIDS tinha uma cara. O olhar de quem tinha AIDS, aliado ao emagrecimento e, por vezes, ao efeito do AZT, era inconfundível. Lembro-me da sensação que tive ao assistir Lauro Corona em sua última novela. Eu senti que ele não faria mais nenhuma.
Pensando no ator, tive vontade de revê-lo cantar, junto de uma adolescente Glória Pires, o tema do casal em Dancin´Days. Segundo pessoas próximas, na época, eles eram tão amigos e viviam tão em sintonia que até respiravam no mesmo ritmo. É minha música preferida de Chico Buarque: João e Maria.

4 comentários:

Claudia disse...

Lembro muito da morte dele. Realmente foi uma perda grande porque o cara prometia. Se ele não fosse tão baixinho, hoje seria um bom galã de meia idade. E aí veio a piadinha: "O novo apelido do Cazuza é Lorenzetti, porque dura mais que o Corona", e coisas do gênero, rs. Ele era gay?

Letícia disse...

Cazuza morreu logo depois, se não me engano. Surgiram boatos, inclusive, que ele teria tido um caso com Lauro Corona. Disso eu não sei, mas ele era gay sim.
Bjo, Claudinha!

Letícia disse...

Há um erro no texto: Cazuza morreu um ano depois... 1990, vinte anos no ano passado.

Claudia disse...

Na verdade não me importo se ele era gay ou não, não faz diferença. Perguntei só pq ele moprreu numa época em que a doença era estigmatizada por ser exclusivamente homossexual. Por isso a pergunta. Até que a Sandra Bréa morreu e o cenário mudou...
Bjs, adorei lembrar do Corona cantando.