Já fui a inúmeras festas do Cafona (ou bregas) ao longo da minha vida universitária (e até depois dela). Enquanto muitos riam das músicas e se divertiam, eu me emocionava e praticamente entrava em um "transe melancólico". Afinal, a trilha sonora da minha infância tocava nas rádios AM dos anos 80.
Graças a Elza (babá do meu irmão), eu conheci Almir Rogério, Gilliard, Amado Batista, Odair José, Márcio Greik, Peninha e outros artistas da chamada "parada popular". Enquanto brincava de Barbie ao lado da lavanderia, decorava as letras (nem sempre compreensíveis) dos reis da rádio. Não tinha noção que eram bregas. Para mim, eram músicas. Boas músicas.
Lembrei disso ao assistir a uma ótima entrevista da atriz Patrícia Pillar. Patrícia lançou recentemente um documentário sobre Valdick Soriano, cantor de, entre outras, "Eu não sou cachorro não", clássica regravada por Falcão (e em inglês, diga-se). A atriz passou muito tempo com Soriano, que morreu recentemente. O que a moveu a ficar tanto tempo perto dele e contar sua história foram lembranças similares às minhas. Uma infância longe dos pais (que precisavam trabalhar fora) e embalada por músicas tristes de amor, de homens que cantavam com o coração.
Este post é uma homenagem a eles. E a Elza, nossa querida babá romântica.
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