domingo, 27 de julho de 2008

Amor em cinco tempos...


Tinha ouvido falar no filme há algum tempo. "Amor em cinco tempos" (5 x2) é um filme francês de 2004. Apesar do título meigo em português, e matemático no original (cinco momentos vividos por duas pessoas), o filme é um soco no estômago, do início ao fim.

O enredo trata da história de um casal, contada de trás para diante, do divórcio doloroso ao momento em que se conhecem, em uma idílica praia da Itália. O final, no entanto, não é feliz, apesar de assim ser a última cena. Na França, me parece, há uma versão alternativa em que o filme é mostrado na ordem cronológica, mas talvez não tenha o mesmo efeito.

As cinco cenas da vida do casal são mostradas de forma que você pressinta o que fez, afinal, com que aquela relação se acabasse. Um momento ruim, crises, uma palavra (mal) dita em um mau momento. O que muito me chamou a atenção foi o olhar da atriz Valeria Bruni Tedeschi, a Marion. Do extremamente melancólico à euforia do apaixonamento.

Impossível não assisti-lo e não pensar nas desventuras de nossas relações afetivas, suas dores e neuroses. Vale a pena, no entanto.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Quem quer bacalhau?




Muitas vezes, no antigo blog, escrevi sobre meu hábito de ler (e assistir) boas biografias. Há muitas tele-biografias boas, excelentes documentários sobre vidas impressionantes, especialmente nos canais a cabo (History Channel, GNT e até mesmo na E!). Sentia falta de programas deste tipo no Brasil, com tantas pessoas bacanas, cujas histórias de vida são melhores que muita novela das oito.
Eis que a Globo nos presenteia com "Por toda minha vida", programa que já foi intermitente e agora tem sido apresentado quintas-feiras seguidas, em um horário ingrato (23:30hs). Apesar do horário, o especial do Mamonas Assassinas teve boa audiência, que foi seguido pelo de Dolores Duran (sem o mesmo êxito) e, ontem, pelo documentário sobre Chacrinha.
Chacrinha me lembra a infância. Não gostava de palhaços, mas achava o Chacrinha hilário. Lembro-me dele juntamente com as recordações dos aniversários infantis (sempre aos sábados) e do programa Barros de Alencar, que apresentava as campeãs da semana, onde o Menudo era presença garantida. Ri sozinha assistindo ao programa de ontem, ouvindo "Maria Sapatão" e vendo o Velho Guerreiro buzinar nos calouros e jogar bacalhau no povo. Depois chorei. Não sei se pelo Chacrinha ou se pelo tempo que se foi. Um tempo em que havia Cazuza, Raul Seixas e Dina Sfat, presentes no programa de ontem.
A Globo tem um arquivo maravilhoso de imagens, pouco usado nos programas da casa, uma vez que o Vídeo Show dedica-se quase que exclusivamente a Malhação. Um programa tão bem feito como "Por toda minha vida" precisa vingar. E de preferência, sair em DVD. Jóia Pura.

terça-feira, 22 de julho de 2008

AINDA DERCY...

Imperdível a entrevista dada por Dercy Gonçalves para João Gordo, na MTV. A entrevista foi reprisada ontem, ainda no clima de despedida da grande comediante. João Gordo, o irreverente, entrevistou Dercy, a desbocada. O que vi foi um garotão sensível conversando com uma senhora lúcida, afetiva e incrivelmente puritana, apesar dos palavrões inconfundíveis. Neto em casa de avó bacana, me pareceu. Uma delícia de conversa.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

"Eu quero i embora, Juventino!"


Apesar de Cristiana Oliveira se aborrecer (e com certa razão) por associá-la sempre a Juma Marruá, desvinculá-la de uma personagem tão forte é quase impossível. Sim, estou assistindo a "Pantanal", mesmo com suas imagens mal-cuidadas e 18 anos depois. A novela é linda. E Cristiana Oliveira nunca mais esteve tão incrível quanto em 1990, como a menina-onça.

No entanto, escrevo este post em homenagem aos personagens masculinos de Benedito Ruy Barbosa. Na minha opinião, este é o nosso autor de novelas que melhor escreve os papéis de mocinho, cargo ingrato na maioria das vezes. Miguel Falabella escreve bem papéis femininos (prefiro as personagens dele às histéricas de Manoel Carlos), Gilberto Braga, os vilões sensuais e irônicos, e Benedito, os bons moços, pelo menos nos seus velhos e bons tempos.

Ainda quando era autor das seis na Globo, Benedito escreveu o melhor papel de Kadu Moliterno, o de José Eleutério, em "Paraíso" (1982). Paulo Gorgulho consagrou-se como o bom e viril José Leôncio na primeira fase de "Pantanal" (1990) e a revelação de Leonardo Vieira foi como o sensível e apaixonado José Inocêncio em "Renascer" (1993). Isso sem falar em Marcos Winter como Jove também em Pantanal, e em Marcello Antony, interpretando o soldado Bruno Berdinazzi em "O rei do Gado"(1996).

Como podemos conferir hoje com a reprise de Pantanal pelo SBT, Benedito tem belas histórias para contar, mas às vezes confere um ritmo arrastado e por vezes repetitivo em seus diálogos (sempre entremeados por "o amigo me disse", "vamos mudar o rumo dessa prosa", "nunca tive nada nesta minha vida" e outras expressões, que independem da época e do personagem). No entanto, os atores, ainda que novatos (como os acima citados) brilham e cativam nos papéis de heróis viris e sensíveis. Vamos torcer para que Benedito recupere a antiga forma e nos presenteie com mais novelas como "Pantanal" e mais heróis como José Leôncio e Jove.