domingo, 20 de novembro de 2011

A "Tarântula" de Pedro Almodóvar


"Nossa, de onde alguém tira um roteiro desses? Só poderia ser o Almodóvar..."

Esta foi a primeira frase que disse ao sair do cinema depois de assistir "A pele que habito". No entanto, o roteiro não era de Almodóvar. "A pele que habito" é a adaptação do romance "Tarântula", do francês Thierry Jonquet. Trata-se de um filme com cores fortes, mas menos alegre e infinitamente mais tenso dentro da filmografia de Almodóvar. No entanto, estão lá a paixão, o drama, as belas canções, Marisa Paredes e Antonio Banderas, marcas registradas dos bons filmes do diretor espanhol.

Pelas mãos do diretor que o lançou, Banderas interpreta um soturno cirurgião plástico, um misto de médico e monstro vingador. Ele mantêm aprisionada uma mulher misteriosa e belíssima (Elena Anaya) dentro de uma mansão em Toledo. Alternam-se por ela repulsa, desejo e ternura. Quem, afinal, seria essa mulher?

Um mérito de Almodóvar é tornar os personagens principais incrivelmente humanos, por mais perversos que eles possam parecer. A miséria humana é mostrada de forma explícita e, embora muitas vezes nos sintamos muito distantes daquela realidade, não é difícil nos identificarmos com ela. O livro de Jonquet  mostra os personagens de forma muito mais repugnante. É o ódio em primeiro plano, e não o desejo.

No entanto, justiça seja feita ao livro: ele mantêm, tanto quanto o filme, um bom suspense. Eu já sabia o final e, ainda assim, o lia sobressaltada. "Tarântula", o nome do livro, é a forma como a prisioneira fala de seu algoz. "A pele que habito", o nome do filme, fala muito mais sobre o seu enredo do que possa parecer. O título conta a história. Almodóvar, definitivamente, é gênio.

2 comentários:

Claudia disse...

Acredita que recebi este livro pelo correio por um cara que compartilhou o seu post lá no Facebook? Sim: coisas estranhas acontecem. Ele pediu o meu endereço e eu... dei. Se tivesse conhecimento prévio da história do livro certamente não dava, hahaha! O livro chegou em dois dias e eu li em menos de 24hs. PQP, que tenso!! Agora posso me gabar que, novamente, li o livro antes do filme. Mas desta vez, sei que o filme será beeeem melhor.

Letícia disse...

Menina, como vc vai dando seu endereço assim pros outros?? rs. De qquer forma o livro é bom. No entanto, Almodovar dá um toque humano pra história. Adorei o filme.

Bjo, querida!