quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O amor depois dos sessenta

Isabella Rosselini, a bela filha da atriz Ingrid Bergman e do cineasta Roberto Rosselini, foi "o rosto" da Lâncome por uma década (1982-1992).

Modelo, logo ela se tornou estrela de cinema, atingindo o estrelato dirigida por aquele que seria seu marido, o genial (e louco!) David Lynch em "Veludo Azul"(1986). Isso porque ela já havia sido casada com Martin Scorsese.
Lindíssima, mas de uma beleza nada óbvia, Isabella Rosselini permaneceu na Lâncome até uma idade mais madura. Ela sempre se declarou contra procedimentos estéticos invasivos como cirurgias plásticas, permitindo-se envelhecer naturalmente.

O resultado disso pode ser observado em um filme delicioso que está em cartaz: "Late Bloomers", que ganhou o horroso subtítulo em português "O amor não tem fim". No longa, Isabella interpreta (pasmem!) uma mulher à beira dos sessenta anos e enfrentando as dificuldades inerentes à idade. Quem faz companhia a ela é o outrora super sexy William Hurt que já chegou, olhem só, aos 61 anos. É incrível pensar que são ambos hoje sexagenários.

Os dois atores interpretam um casal que está junto há trinta anos e que se depara com o envelhecimento. Enquanto o arquiteto Adam segue em negativa procurando trabalhar com uma equipe de pessoas mais jovens, Mary se apavora e tem uma hiper reação aos primeiros sinais de esquecimento. A difícil lida com a entrada nos sessenta provoca um afastamento do casal.

No entanto, fiquem tranquilos: o filme é uma comédia, embora trate de questões bem sérias e atuais. Hoje, quem chega aos 60, não está mais no fim da vida. Chamar de terceira idade ou melhor idade, só depois dos 65. No entanto, as duas expressões são péssimas e dispensáveis. Pensar que os sessentões de hoje estavam no auge nos anos 80 dificulta associar essas pessoas à velhice. Pior ainda se forem os outrora símbolos sexuais Isabella Rosselini e William Hurt (aliás, quem aí lembra de "Corpos Ardentes"?).

A comédia inova por tratar-se de um filme de amor de sessentões. Pensar que existe vida amorosa e sexual após os sessenta é um alento. E, sim, Isabella Rosselini continua sexy mesmo com rugas e alguns quilos a mais. E William Hurt continua me despertando os piores (melhores) sentimentos.

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