sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O final da novela das nove

E Ana Paula Arósio escapou de boa heim, minha gente? Marina Drummond deve ter sido a mocinha mais chata de novelas ever.  Paola Oliveira pode ser ladra de maridos, mas não merecia um papelzinho tão chinfrim.E a Arósio lá no sítio dela, curtindo o marido e os cavalos, certíssima.

Devaneios à parte, vamos aos trabalhos. Gilberto Braga jogou uma pá de cal nas minhas esperanças de um bom novelão. Insensato Coração foi uma das novelas mais sangrentas  já exibidas na Globo, a ponto de eu deixar de assistir muitos capítulos por conta da violência e da gritaria.  E, embora os autores se repitam em suas tramas, a ponto de terem uma marca registrada, eu não reconheci Gilberto Braga em uma de suas características mais interessantes: a qualidade dos seus diálogos. Afinal, todo o resto estava lá: um vilão carismático, a classe média carioca, uma trilha sonora antiguinha e o fatídico "quem matou".

"Vale Tudo", a obra prima braguiana, foi reprisada recentemente com grande sucesso. Eram outros tempos, é bem verdade. O elenco era menor, as cenas (e os diálogos) mais longos e a internet não fazia sombra para a audiência. "Insensato Coração" tentou inovar (e tornar a trama mais ágil) com personagens que entraram e saíram, com subtramas que iniciavam e terminavam com a participação deles, a exemplo das séries americanas. Alguns disseram a que vieram, outros não fariam a menor falta. E, ao contrário de "Vale Tudo", a maioria dos personagens tinham a profundidade de um pires.

A abordagem da temática homossexual começou corajosa. Gilberto Braga abordou o tema em vários dos seus trabalhos anteriores ("Brilhante", "Vale Tudo","Paraíso Tropical", apenas para citar algumas), mas não de forma tão ampla. Uma pena que a emissora cortou cenas e inibiu o crescimento da participação do casal gay fofo da trama (Eduardo e Hugo). O casal acabou virando um casalzinho asséptico e assexuado, assim como foi o casal gay de "Paraíso Tropical", do mesmo autor. País estranho este em que um beijo entre homens choca a audiência, mas a prostituição gradual de Natalie Lamour (Deborah Secco) e a violência gratuita de Vinícius (Thiago Martins), não. Aliás, justiça seja feita: os dois atores roubaram a cena da novela muitas vezes. Deborah Secco tem alguns vícios que se repetem em personagens diferentes, mas ela é carismática e motivou muitos dias a minha ida a academia durante os últimos meses. E eu fiquei realmente com medo do Thiago Martins.

O personagem Leo não me cativou, sorry. Gabriel Braga Nunes não tem o carisma de Fábio Assunção (o "Renato Mendes"), nem de Wagner Moura (o "Olavo Novaes"). E esses últimos tinham mais humor e "sex appeal". Norma tinha tudo para ser uma senhora personagem, ainda mais nas mãos de Glória Pires. A vingança de Norma foi o ponto de virada da novela. "Insensato Coração" virou a "novela da Norma". No entanto, achei a morte dela desnecessária. Ela poderia ser humana (ter características vis e boas), mas não tão incoerente. Norma tinha crises de consciência, não era um Leo. Aí passou a não ter, virou uma criminosa fria. O "quem matou" poderia ser com Leo, por exemplo. Assim como Odete Roitman, tinha uma pá de gente querendo acabar com ele. Para Norma, os autores precisaram criar praticamente todos os suspeitos em um capítulo. E a respeito da assassina atrapalhada Wanda, não tenho muito a comentar. O expediente da pessoa enlouquecer no final do capítulo é algo que me irrita um pouco.


Marina e Pedro: o casal impróprio para diabéticos

E por fim, voltamos à mocinha. Já disse em inúmeros posts, e repito: mocinha de novela não precisa ser idiota e cenas de amor não precisam ser ridículas. Paola Oliveira é linda e chatinha, mas a personagem foi mal escrita. E Gilberto Braga escreveu Solange Duprat de "Vale Tudo"! É claro que tínhamos Lídia Brondi, mas ela não tinha que recitar frases que mais pareciam retiradas de "A moreninha". E Eriberto Leão, meu querido, volte para as novelas do Benedito Rui Barbosa. Você é bom de peão, em cima de um cavalo e com sotaque caipira.

2 comentários:

FABIOTV disse...

Olá, tudo bem? Quanto tempo!!! Fiquei feliz com seu comentário no meu blog. Gabriel Braga Nunes foi melhor na Record, mas cumpriu sua missão em Insensato Coração. Gostei do trecho "Paola Oliveira pode ser ladra de maridos".. kkkk.. Olha o veneno!!! Bjs, Fabio ps: estou no twitter. caso queira me seguir: www.twitter.com/tvfabio

Letícia disse...

Ai, Fabio, não resisti...rs. E Paola não é das minhas atrizes preferidas, mas ela não chega a me irritar, não. O papel que a maltratou mesmo.
Eu gostei do Gabriel Braga Nunes em "Cidadão Brasileiro", quando ele fez o Antônio, papel que havia sido do Tarcisão.
Um abraço