terça-feira, 17 de abril de 2012

Ouça bem... é preciso amar o inútil.
Criar pombos sem pensar em comê-los,
plantar roseiras sem pensar em colher rosas,
escrever sem pensar em publicar,
fazer coisas assim, sem esperar nada em troca.
A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta,
mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas
A música, este céu que promete chuva,
aquela estrelinha que está nascendo, está vendo aquela estrelinha?
Há milênios não tem feito nada
não guiou os reis magos, nem os pastores, nem os marinheiros perdidos
Não faz nada
ninguém repara nela porque ela é inútil,
pois é preciso amar o inutil, porque no inútil está a beleza...
E está Deus...
Inútil é o amor que tenho por você..."

Lygia Fagundes Telles

(Ciranda de Pedra)

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi moça de fino trato! :)

Adoro ler seu blog, acho muito interessante! Adorei esse texto, não me contive, tinha que comentar!

Até mais,

Sueyne.

Letícia disse...

Para que se conter, Sueyene? rs. Comente mais, volte mais. Um beijo!

Patrícia disse...

Oi Leticia! Gostei muito dessa poesia. Obrigada!

sparkster disse...

Adorei isso. vou colocar no meu face. me identifiquei...rs..