quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Você ainda aguenta uma comédia romântica?

Minha teimosia taurina me impele a locar comédias românticas mesmo elas sendo irritantes. Assisti a tantas que adivinho as frases, a hora da cena do aeroporto, o momento em que o cara galinha se transforma em príncipe porque encontrou seu "verdadeiro amor". O objetivo das locações é sempre o mesmo: um filme leve para um dia preguiçoso; algo como uma revista CARAS cheia de figuras para você NÃO pensar. O duro é que eu me irrito e não relaxo. Assim como assistir a novelas, que eu adorava. Os clichês, enfim, tem me tirado do sério. Até os da revista CARAS.

Voltando às comédias românticas, existem as variações. Por exemplo, a comédia dramática. Há momentos engraçadinhos, mas o objetivo mesmo é que você chore. Neste gênero estão os péssimos (desculpem) "Doce Novembro" e "P.S. Eu te Amo". Estes estariam na categoria de "filme de doença", também comentado neste post. Ou a moça ou o rapaz do jovem casal tem uma doença grave e blá, blá, blá. Love Story rules.

Daí que eu resolvi assistir "Sobre amor e outras drogas" (2010), filme sobre o qual havia lido críticas bem ácidas e alguns elogios. É "um filme de doença" e é também um filme em que o cara garanhão transforma-se em moço "bão" porque encontrou o verdadeiro amor. No entanto, embora longo, eu não estava rezando para o filme acabar logo.

Muito, acredito, deve-se ao casal protagonista Anne (fofa) Hathaway e Jackie Gyllenhaal. Os dois tem uma química danada e você esquece que ele já tinha sido o marido gay atormentado dela em "O segredo de Brokeback Montain" (aliás, um dos melhores filmes de amor já feitos). Além disso, gostei da crítica nada sutil à indústria farmacêutica de forma geral e à abordagem do mal de Parkinson, uma doença neurológica degenerativa, que, no filme, acomete precocemente a mocinha Maggie.

Eu já havia jogado a toalha em relação às comédias românticas, mesmo com elencos carismáticos. Anne Hathway provou-me o contrário.Sou ainda capaz de sorrir com clichês sem me irritar. No entanto,tenho saudades de Norah Ephron e Meg Ryan. Não existe comédia romântica melhor do que "Harry e Sally". "500 dias com ela" chega bem perto, mas não ganha.

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