segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Julie e Julia



"Julie e Julia" tinha tudo para ser um filme "menor", mas não é. Também tem cara de filme "para mulheres", mas não é o caso. Com um roteiro bem amarradinho, ele conta a história de duas mulheres separadas no tempo, mas unidas por uma paixão: a culinária. No entanto, mais do que terminar de assisti-lo e ter vontade de cozinhar, eu senti vontade de fazer muitas coisas. De começar e terminar projetos,sejam eles quais forem.

É incrível como nos filmes americanos as pessoas estão sempre trabalhando. Cozinhando, cuidando do jardim, costurando, escrevendo, os personagens estão às voltas com algo enquanto desenvolvem o enredo do filme. Nas novelas brasileiras, o cenário sempre é a mesa do café, o jantar, a rua, a praia. Não sou uma apaixonada pelos filmes americanos atuais, mas, curiosamente, eles me incitam o desejo de trabalhar.

As duas personagens citadas acima (e baseadas em pessoas reais) tinham vários pontos contra para realizarem seus projetos. E foram em frente. Contavam, sim, com dois maridos maravilhosos (uns santos, vamos combinar) e que tinham uma enorme paciência com tamanha obstinação.

Talvez por ser um tanto quanto atrapalhada com tarefas domésticas (embora eu me vire), sou profunda admiradora daquelas que possuem talento para tanto. Acreditem, há pessoas que são artistas em arrumar uma cozinha e lavar bem a pia. De varrer bem um chão. De passar um pano como ninguém. De dar aquele pontinho imperceptível na camisa rasgada. De consertar um casaquinho de crochê. De engomar uma camisa como ninguém. Para mim, elas são mágicas. Adoro pessoas que criam. Seja na costura, na cozinha, na jardinagem. Minhas plantinhas não sobrevivem por um mês.

Concluindo: este post é um elogio a quem conclui projetos, grandiosos ou não. E também (as feministas que me perdoem) às mulheres que sabem cuidar bem de uma casa. Enquanto aprendo como se faz, escrevo. É o que, afinal, eu consigo produzir

2 comentários:

Fernanda Reali disse...

Não tinha pensado sob esta ótica, do americano gente que faz nos filmes e o s brasileiros à volta da mesa, ahah, gostei.

Postei sobre esse filme, vou linkart eu post no meu amanhã (agora estou sem tempo).

Não gostei muito do filme, mas indiquei porque acho que interessa a todas as blogueiras.

Por favor, retire a exigência de verificação de palavras nos comentários.

beijoooo

Ju disse...

Adorei seu comentário sobre o filme. Ele esta em cartaz na TV a cabo agora, vou tentar ver.
Muito interessante sua observação. Talvez a influencia portuguesa e italiana responda essa particularidade.
Mas pensei em outra coisa, acho que li na Roseli Sayão, nao lembro...que é essa coisa de SEMPRE ocupar-se, de nunca de fato ficar a toa e em contato consigo, da ocupação como um desvio de outras questões...
Eu tinha o mesmo ímpeto seu quando assitia Martha Stwart (nao sei como escrever). ..
E com o tempo, suas plantas viverão mais. É um exercicio que aprendemos com o tempo...rsrs
Beijos, adoror seus textos!