segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Como uma sessão de terapia...


Será que eu virei uma acumuladora daquelas dos programas do Discovery Channel? O que  é esse mundaréu de jornais velhos? E estes textos do segundo ano de faculdade, esses livros de Estatística, os questionários de entrevistas da dissertação de mestrado, a agenda-diário de 1988? Devo jogar tudo? Sim, TUDO. Menos os questionários. Ah, mas já se foram dez anos, o que vou fazer com esses questionários? A agenda não jogo. Tá lá registrado o primeiro amor. Bela coisa, para que vou precisar de uma agenda da Pakalolo? Vai para o lixo, sem dó, nem piedade. Perigoso até atrair baratas essa velharia toda. Lixo, lixo.

E esse livro do Jung? Quando é que eu fui junguiana? Mas o livro é bonito, por isso eu guardei. Jogo? Não, vou vender. Melhor, vou doar. Isso, vou doar. Junto com o livro do Victor Frankl que eu nunca li. Logoterapia? O que é isso mesmo? Não custa abrir e dar uma lidinha. Letra pequena, estou precisando usar óculos, não vou ler nada agora. Vai para a caixa de doações. Lair Ribeiro, sério que eu comprei isso? E o livro da Bridget Jones antes de virar filme? Ah, mas aquele dos "homens são de Marte" tenho certeza de que ganhei, não é possível. Vai para o lixo junto com aquele das "mil mulheres que você vai ser antes dos 35". E este com a famigerada dedicatória, guardo? Livro tão bom, para que tinha que  lembrar desta letra agora? Ignore a dedicatória. É cafona e tem erros de português. Aliás, guarde pela dedicatória. Ninguém mais escreve isso. Peça de museu.

Três caixas cheias de cartas. CARTAS. E bilhetes dos tempos de faculdade. E do colégio. E da QUARTA SÉRIE. Amiga, sério, você tem problemas.Vai ter coragem de jogar tudo? Sim, jogue, desocupe espaço.

Uma Barbie de paetês, outra de casaco de pele e cabelo estragado. Uma Susi noiva. Um urso da Disney. Um rei Leão. Fotos, fotos, fotos. E esta fotita que eu tinha pavor? Até que era bonitinha. Pura sobrancelha e bochechas. O tempo relativiza tudo. Bonitinha. Nossa, uma foto de ex-namorado. Outra foto de ex. E outra! Jogo? Não.

Será que esse sofá vai ficar bom na casa nova? E essa poltrona da vó, combina com a sala? E esse tapete surrado, que eu amo, vai? Não sei, acho que sim. Difícil, muito difícil.

Mudanças de casa, vejam só, implicam em enfrentar dilemas. Grandes. Pequenos. Afinal, o que levo comigo? O que deixo ir? Mania boba de achar que aquele casaco velho ainda tem uso ou que ainda tem perfume naquele frasco. Não tem, venceu. Acabou. Aquela blusa antiguinha bordada com muito orgulho até que ficou bonita, mas tem coisa que não recicla, não adianta enfeitar. E ainda ocupam espaço demais. O bom MESMO é que existem outras coisas que harmonizam perfeitamente com o novo ambiente. E essas podem ficar. Aliás, devem.

3 comentários:

Vivi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivi disse...

Como te entendo...Faço isso com as minhas coisas. Pakalolo, deu até saudade. Tenho todas as minhas agendas guardadas. E não jogo fora por nada neste mundo.

Letícia disse...


Tem coisas que a gente simplesmente PRECISA jogar fora, Vivi. Mesmo não querendo...;-)