sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

EDUCAÇÃO

"Você acha que ele está como você por conta de sua inteligência?" - pergunta alguém a Jenny (Carey Mulligan), a personagem central de "Educação"(2009). Taí uma pergunta que me instigou, entre tantas deste filme. Identifiquei-me, em certo aspecto com Jenny, a adolescente que queria ser adulta, ávida por cultura e novas experiências. Jenny é aluna de um colégio conservador na fria Inglaterra pré Beatles e Rolling Stones que se envolve com um homem com o dobro de sua idade.
A estética sessentinha (do início dos anos 60) é encantadora, assim como a trilha sonora. O roteiro foi escrito por Nick Hornby (Alta Fidelidade), um cara que já provou entender das inseguranças dos rapazes na faixa dos 30-40 e que se arriscou a escrever sobre uma menina adolescente. Na verdade, ele se baseou em um artigo auto-biográfico da jornalista Lynn Barber, e é bem difícil (pelo menos para mim) identificar o seu estilo no filme. No entanto, ele ajudou a escolher algumas músicas da trilha, outra de suas especialidades, vide a maravilha que é a coletânea de Alta Fidelidade, uma pequena obra prima.
Jenny é uma adolescente nerd que vive um dilema: o que escolher, a carreira na universidade de Oxford ou uma vida cheia de ousadias e novidades junto a um homem bem mais velho que ela? A estreante Carey Mulligan lembra (de longe) a doce Audrey Hepburn e já virou queridinha dos fashionistas com seus vestidinhos retrô.
O título que o filme teve na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo foi "Sedução". O título em inglês é "An education", mais próximo do título definitivo que ganhou no Brasil. Voltando a pergunta que dá início a este post, o longa questiona o quanto tem valor, de fato, a educação formal de uma mulher nos anos 60 e (por que não) hoje também .Jenny, ao que parece,  acreditava que David, o charmoso trintão, gostava dela por ela ser culta, ouvir música francesa e ser especial. Seria isso, de fato? Ou o encanto estaria no fato dela ter apenas16 anos? Um filme com um enredo aparentemente simples mas que faz pensar. Sobre meninas, mulheres, relações, escolhas e renúncias.

3 comentários:

Ju disse...

Quero assistir.
Bjs

Mariana Domingues disse...

Um filme que suscita muitas reflexões, como: é possível desfrutar apenas do prazer? A vida não é feita sempre de algumas renúncias? Há o caminho certo a seguir?....

Letícia disse...

Com certeza, Mari: sempre há renúncias. Pequenas, imensas, sempre existem.
Bjo grande, comente mais por aqui.