domingo, 19 de julho de 2009

Saudades da revista AMIGA...


Houve um tempo que havia duas revistas de fofocas bem famosas no Brasil. A Contigo (que ainda existe) e a revista Amiga. As duas traziam resumos de novelas e fofocas de celebridades. Nas capas, havia sempre títulos bombásticos do tipo: "Tony Ramos não quer mais saber de Elizabete Savalla". Na verdade, era uma notícia do que iria acontecer na novela e não com os atores. Colocar o nome dos atores ao invés dos personagens causava um efeito maior (e tosco, digamos assim).

Hoje, copiamos dos gringos algo que eles tem de pior, no meu entendimento. Há muitas revistas de fofocas , além de sites especializados nisso. Com isso, cresceu o campo de atuação dos paparazzi e um maior número de notícias bizarras e inúteis ilustrando a primeira página dos portais.

A nova febre da internet é o twitter, uma espécie de "Caras" virtual. Há vários famosos por lá, nacionais e internacionais. Alguns deles"twittam" o dia inteiro, quase de minuto a minuto. Um está no táxi, outro acabou de consertar o chuveiro, outro faz sexo pelo twitter. Não é necessário mais revistas AMIGA nem portais de fofoca: basta seguir o seu ídolo para saber o que ele faz e pensa. Ele pode ser fake, ele pode mentir, mas o conteúdo está lá.

Eu tenho um blog, tenho orkut e acabei de me cadastrar no twitter. Exponho-me com grandes restrições.Moro em uma cidade pequena e cresci ouvindo fofocas sobre a vida alheia. A respeito de mim mesma, inclusive. O mundo internáutico e de celebridades anda pior do que a minha cidade. O mundo virou um microcosmo. Nunca vi tanta gente interessada na vida alheia, em que está pegando quem, traindo quem. Fico na dúvida o quanto a internet veio para facilitar o contato humano ou prejudicá-lo. A fofoca se alimenta desta intensa necessidade de exposição de famosos e anônimos.

Pessoas medíocres falam de outras pessoas, não de idéias, eu li uma vez. Sinceramente, acho que estamos ficando mais medíocres. Saudades da revista AMIGA e dos mexericos da Candinha. Mundo mais ingênuo e menos narcisista, aquele.

sábado, 11 de julho de 2009

Felipe Camargo, o "divo"

Você conhece alguém que foi fã do Felipe Camargo?
Agora conhece. Felipe foi meu Robert Downey Jr brazuca. Cara de cachorro pidão, escândalos, condenação pública devido ao problema com drogas, casamento com nossa diva loira mor, Vera Fischer. Só faltava a volta em grande estilo, como Downey, o homem de ferro.

Não falta mais. Felipe voltou agora em "Som e Fúria" (que título é esse?), nova série da Globo. Quando ele arrebatou a porta do teatro enquanto os atores ensaiavam "Hamlet", não teve como não lembrar de quando ele enfrentava Renato Villar, o pai sem coração de "Roda de Fogo". Saudades de Pedro, o mocinho rebelde que usava um taco de golfe como arma. Apareça mais, Felipe. Eu ainda sou tua fã.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Vou-me embora para Paraty...

"Você é escritora? Parece escritora... " Uma pergunta pode soar como elogio e, no caso, foi. Eu estava entre escritores, "criadores", artistas, enfim, e me senti incluída, pertencente.
A bela e pequena Paraty tem seu momento de "glamour" em Julho quando o Brasil todo ouve falar dela através da FLIP. Glamour, em termos. Eu diria, talvez, que visibilidade seria a melhor palavra. A parte os nomes de autores internacionais importantes e toda a mídia presente, tudo o que eu mais senti foi "o elogio do simples", uma festa democrática. Talvez houvesse mais mulheres do que homens (seria a afinidade maior das mulheres pelas ciências humanas?), mas a faixa etária era absolutamente variada. Crianças, jovens universitários com suas mochilas, trintões, quarentões, cinquentões, havia de tudo. Vi muitas pessoas mais idosas e, a despeito das imensas pedras que cobrem as ruas de Paraty, muitas bengalas! E chapéus, muitos chapéus. Eu, que adoro chapéus, mas não os uso, fiquei com vontade de usar um. Muitos velhos de chapéus, muitos jovens de chapéus. Moda totalmente eclética e desencanada, deu-me a impressão de que eu poderia usar qualquer coisa. Havia as patricinhas, mas havia muitos bichos-grilos. Muitos casais e muitos solitários. Heteros e gays.

Nos cafés, a gente sentava muito perto um do outro e as cadeiras eram disputadíssimas porque a cidade estava lotada. Era comum puxar conversa com quem estava do lado, as pessoas eram receptivas a um bom papo, a dividir a mesa. Havia tempo para conversar. E sobre livros! Sobre o que você anda lendo, vendo, escrevendo! Quer coisa melhor que isso?

Manuel Bandeira era o autor homenageado da vez, e foi de um poema dele que me lembrei por ocasião destes dias mágicos de FLIP. Paraty é minha Pasárgada!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Arte de Amar

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

(Manuel Bandeira)